Empresario Digital

Pessoas de resultado

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mais de US$ 1 bilhão de dólares em royalties. Atualmente, com o consumo frenético de imagens para divulgação, venda e apresentaç­ão de produtos e serviços, eles se tornaram a principal forma de aquisição de imagens no mundo, com custos baixos, download instantâne­o e qualidade. E a tendência é que continuem crescendo.

Vilela entendeu esse cenário já faz um tempo. Ele coloca suas imagens e vídeos nos bancos de imagens, desde 2014, quando seu principal objetivo era não depender mais de mercados locais. “Eu já sabia que o mercado local ia sofrer algumas dificuldad­es, como de fato está sofrendo. Então foi uma questão de olhar para ele dali a cinco anos e enxergar como estaria, e assim tentar acompanhar a situação”, conta. O fotógrafo diz que os profission­ais da área realmente passaram por um momento difícil, com diminuição de volume de trabalhos, mas que as coisas já voltaram a se normalizar. “O mercado já retomou, e de uma forma melhor (pelo menos para mim), porque com a internet você acaba tendo mais visibilida­de”.

O publicitár­io também percebeu que vários de seus clientes estavam migrando para esses bancos de imagens, e que era “um caminho sem volta”. Hoje, já construiu um portfólio com mais de 26.500 fotos e vídeos e já vendeu mais de 200 mil imagens, com faturament­o de mais de R$ 1 milhão (e que cresce em média 30% ao ano) nos 10 maiores bancos de imagens do mundo. E uma das melhores partes desta atuação é que as vendas são feitas em dólar, o que o livra de possíveis crises de mercado.

Ele estudou muito o mercado antes de se inserir nele, e grande parte do que desenvolve­u foi pensando na demanda mundial por imagens. “Para ser rentável, não são quaisquer fotos que possuem grande potencial de vendas. O fotógrafo precisa analisar o que tem sido mais consumido nos bancos mundiais e assim tentar criar fotos que sejam uma resposta a isso”. Paulo Vilela é especializ­ado na categoria “Food”, e a maioria de suas de suas fotos possuem essa temática, sem deixar de diversific­ar o portifólio.

Para ele, muitos fotógrafos ainda não entenderam o quanto se pode ganhar nesse mercado, ou, ainda, não quiseram se inserir por estarem acostumado­s a uma outra lógica de vendas em que uma única foto podia ser vendida por um preço muito alto. “Para a maioria deles, é muito difícil aceitar vender uma imagem que ele fez com tanto carinho por centavos de dólar, e ainda produzir antes para talvez ganhar depois”.

Na ótica de Vilela, essa é uma barreira a ser quebrada. Primeiro porque centavos, em nível mundial, podem virar milhões, e segundo porque “nesse mercado não se produz arte, e sim um produto para ser consumido mundialmen­te milhares de vezes”. “Na minha opinião, os bancos de imagens são como a China da Fotografia: produzir muito, priorizand­o a qualidade com o menor custo possível e vender milhares de vezes esse mesmo produto”, diz.

Foi com essa lógica que chegou a marcas impression­antes de vendas. Mas conta que, ao longo do tempo, foi mudando um pouco suas estratégia­s: antes, produzia uma quantidade muito grande de fotos, mesmo que tivessem uma qualidade criativa menor, e tentava vendê-las, analisando as estatístic­as de cada produção. Hoje, produz menos, mas cada clique é mais valioso porque as fotos são mais direcionad­as para determinad­os mercados. “Produzo em menor quantidade, mas com extrema qualidade, criativida­de e diversidad­e de temas, tentando sempre superar o nível em relação às imagens concorrent­es e manter o volume de vendas em todos os períodos do ano”.

Vilela diz que sempre olha para o seu mercado daqui a cinco anos e, com uma pontinha de pessimismo, tenta analisar como vai se desenvolve­r. E é justamente essa desconfian­ça que o leva para novos projetos. “Se você é muito otimista e pensa que seu mesmo trabalho vai continuar dando certo por muito tempo, você fica estagnado e acaba não procurando novas formas de atuação”.

Atualmente, trabalhand­o sozinho, comanda três negócios relacionad­os à fotografia: estúdio, bancos de imagens e cursos online, e acredita que encontrou uma maneira de driblar as crises, diversific­ando os negócios dentro da fotografia. “Nos dias de hoje, os negócios surgem e desaparece­m em um piscar de olhos. É preciso estar muito ligado a essas mudanças e buscar alternativ­as antes que o pior aconteça. A hora certa de buscar outros mercados é justamente quando o seu negócio está indo bem, principalm­ente em mercados de médio e longo prazo”, finaliza.

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Foto de Natal do artista é a mais vendida

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