EUA, Afeganistão e o caos social
Wandir Pinto Bandeira Belo Horizonte
“Pondo fim a mais uma desastrada intervenção militar, os Estados Unidos deram início à retirada, sem glória, do contingente de seus militares acantonados na cidade de Cabul, capital do Afeganistão, após 20 anos de intervenção naquele país do CentroOeste da Ásia, com o objetivo de combater o grupo islâmico radical e terrorista Talibã. Alguns países da Otan se aliaram aos americanos, alcançando um efetivo de mais de 140 mil combatentes em operação no território afegão, ao mesmo tempo em que preparou e equipou um exército afegão com 300 mil homens. Sem conseguir eliminar ou neutralizar as ações do grupo Talibã, deu força ao reagrupamento de combatentes talibãs, ao mesmo tempo em que, progressivamente, o contingente aliado estava em processo de redução, facilitou as ações dos talibãs, que passaram a ocupar seu território, culminando com uma rápida ofensiva sobre as principais cidades afegãs, sem encontrar resistência do Exército, facilitando a conquista da capital, Cabul. Tanto os Estados Unidos e seus aliados vivem no momento o drama para a retirada de seus efetivos militares, do pessoal diplomático e dos civis afegãos que prestaram serviços às representações estrangeiras, e que serão punidos com a violência dos talibãs caso permaneçam no país. A repressão e a insegurança já se fazem presentes, mostrando o caos em que o país está mergulhado, em decorrência da total retirada das tropas americanas e aliadas do Afeganistão.”