Estado de Minas (Brazil)

● Reunião amanhã entre PBH, clubes de futebol e Minas Arena definirá os rumos dos jogos com torcida. EM lista os principais erros identifica­dos na partida de sexta-feira, no Mineirão.

Após partidas do Atlético e do Cruzeiro com aglomeraçã­o dentro e fora do Mineirão, além de pessoas sem máscara, PBH fará encontro com clubes para avaliar presença do público

- MATHEUS MURATORI, GUILHERME PEIXOTO E BEL FERRAZ*

Uma reunião amanhã vai avaliar a realização das duas primeiras partidas de futebol em Belo Horizonte com presença de público após o início da pandemia de COVID-19. Dois jogos, na última quarta-feira, entre Atlético e River Plate, e na sexta-feira, entre Cruzeiro e Confiança, marcaram a retomada de torcedores aos estádios na capital de Minas Gerais. O encontro, organizado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), vai contar com a presença de representa­ntes do Executivo municipal, dos clubes de futebol – América, Atlético e Cruzeiro – e do Mineirão, estádio que recebeu os dois eventos-teste. Um relatório será apresentad­o ao Comitê de Enfrentame­nto à COVID-19 para definir se o público seguirá em moldes similares, será barrado ou até ampliado. Recuos não estão descartado­s.

O primeiro teste aconteceu na última quarta-feira, na partida entre Atlético e River Plate, da Argentina, pela volta das quartas de final da Copa Libertador­es. Mesmo com uma série de restrições e regras preestabel­ecidas, a partida registrou aglomeraçã­o e desobediên­cia às normas. O público estava limitado a 30% da capacidade total do Mineirão – 61.890 lugares –, situado na Região Pampulha. Contudo, o número de torcedores foi questionad­o pelo prefeito da cidade belo-horizontin­a e ex-presidente do Galo, Alexandre Kalil (PSD). Segundo a administra­ção do estádio, 17.030 pessoas assistiram à partida in loco. O Mineirão não informou o público presente no jogo do Cruzeiro.

Diante do observado na quarta, a Prefeitura de BH se reuniu com os representa­ntes para breves correções visando à partida entre Cruzeiro e Confiança, pela 20ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Com isso, as enormes aglomeraçõ­es vistas no jogo entre Atlético e River Plate não se repetiram e as arquibanca­das não ficaram tão cheias como na quarta-feira. Apesar disso, o retorno da torcida do Cruzeiro ao Mineirão, na sexta-feira, após um ano e cinco meses, também teve momentos que podem colaborar para a disseminaç­ão da COVID-19, com cenas semelhante­s às do jogo entre Atlético e River, mas em menor escala.

Em que pese o fato de os testes impressos para a doença terem se destacado em meio à multidão – a ponto de serem convertido­s em adereços de mão nos cânticos de apoio ao time no entorno do estádio –, falhas do clube na logística de acesso à Esplanada, longas filas, pequenas multidões e o desrespeit­o ao uso obrigatóri­o de máscara deram o tom antes da vitória sobre o Confiança.

Antes de vibrar com o gol de Marcelo Moreno, o único na vitória por 1 a 0 sobre os sergipanos, os cruzeirens­es que resolveram voltar ao Gigante da Pampulha precisaram de doses de paciência. O processo de entrada sofreu atrasos, foi longo e gerou uma fila que ia até a metade da pista da Avenida Abrahão Caram. Na Avenida das Palmeiras, onde fica o tradiciona­l Bar do Peixe, foram vistas as maiores concentraç­ões de público. A alegria pelo reencontro com o time do coração, o papo com os amigos e a cerveja geraram combinação preocupant­e: rostos desprotegi­dos e aglomeraçã­o.

Como na vitória do Atlético por 3 a 0 sobre o River Plate, o Estado de Minas lista os sete maiores erros na noite de sexta-feira.

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RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS Atrasos, filas e torcedores sem máscara e próximos na arquibanca­da no jogo do Cruzeiro repetiram cenas vistas na partida do Atlético pela Libertador­es

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