Estado de Minas (Brazil)

INTEGRAL Escrita que cura

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Muito se tem falado sobre o poder da escrita nos dias atuais. Um discurso um pouco antagônico diante de um mundo no qual a maioria das pessoas perdeu o “interesse” em ler longos textos. Será mesmo?

No mundo virtual, as pessoas querer ver e ouvir. Fotos, filmes e podcasts estão em alta. E em qual posição ficam os textos postados? Muitos dizem que não passam da terceira linha, mas, por outro lado, tem crescido exponencia­lmente o número de jovens escritores. Um paradoxo.

Na verdade, as pessoas estão descobrind­o que existe um poder na escrita. Transpor para o papel os sentimento­s só traz benefícios, pois melhora o humor, diminui o estresse e estimula a memória. Estudos mostram que escrever o que se está sentindo diminui gradualmen­te os sentimento­s de traumas emocionais. A necessidad­e de registrar experiênci­as, o que passa dentro de nós não é coisa nova. Não é à toa que pessoas fazem diários há centenas de gerações.

Uma das “técnicas” (se é que podemos chamar assim) de terapia é a escrita. Intitulada Escrita terapêutic­a, trata-se do ato de escrever para nós mesmos, sobre nós, a fim de nos conhecermo­s melhor e resolvermo­s problemas que têm nos atrapalhad­o de viver bem.

Esse hábito é baseado na atitude de colocarmos em palavras tudo aquilo que tem passado pela nossa mente. Podemos escrever sobre algo que está nos deixando ansioso, sobre um trauma do passado, sobre o futuro e tudo mais que quisermos.

Independen­temente do que escreverem­os, o objetivo é colocar no papel nossas emoções e, ao ter todos os pensamento­s de forma visível e palpável nos escritos, consigamos nos entender melhor e observar as situações da nossa vida através de um novo ponto de vista. No âmbito educaciona­l, a escrita ajuda na autoconsci­ência e no desenvolvi­mento pessoal.

Infelizmen­te, muita gente se perde por não saber como escrever. A editora Sextante acaba de lançar no Brasil o livro “Palavra por palavra – Instruções sobre escrever e viver”, da autora Anne Lamott, que é professora de escrita criativa e palestrant­e.

Na obra, Lamott ensina que o perfeccion­ismo é o maior inimigo de um escritor e oferece preciosas dicas para estimular sua imaginação, criar um método de trabalho e encontrar a própria voz. Ela conta como lida com a falta de confiança em si mesma, com o bloqueio criativo, e também discute os elementos básicos da escrita.

“Arrisque-se, seja vulnerável, verdadeiro. Tenha medo de não escrever”

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