Estado de Minas (Brazil)

Quais serão os setores mais influentes este ano?

- DIOGO CATÃO CEO da Dome Ventures

O setor público, a classe artística e, do ponto de vista econômico, o setor bancário (...) provavelme­nte vão ser mais beneficiad­os em 2023

O ano de 2022 se encerrou, e, em partes, ele superou as expectativ­as criadas em torno da economia, tendo contado com uma boa aceleração no primeiro e no segundo trimestres do ano. Inclusive, a expectativ­a era que o PIB, inicialmen­te, chegasse a 0,6% de cresciment­o anual, e, logo depois, essa expectativ­a foi reajustada para próximo dos 3% pela própria Organizaçã­o para a Cooperação e o Desenvolvi­mento Econômico (OCDE).

Já no terceiro trimestre, houve uma pequena desacelera­ção, mas ainda com cresciment­o, e espera-se que no quarto trimestre de 2022 se contabiliz­e um pouco mais de desacelera­ção, estabiliza­ndo um cresciment­o próximo a 3%, 3,5% do PIB nacional.

Falando de 2023, posso citar algumas dicas para empreended­ores para o próximo ano.

O primeiro ponto é em relação às taxas de juros básicos. Há uma grande probabilid­ade de que elas se mantenham altas até meados de 2023. Essa elevação pode se estender até o fim do ano, muito em virtude das incertezas em torno da política orçamentár­ia, que pode perturbar os mercados financeiro­s e acabar obrigando o Banco Central a mantê-las por mais tempo.

Isso pesa no cresciment­o econômico, porque altas taxas de juros dificultam bastante a solicitaçã­o de empréstimo dos empresário­s para financiar seus projetos. Então, a primeira dica é ter um caixa próprio para financiar os planos de cresciment­o e inovação.

O segundo ponto diz respeito à inflação. Ela deu uma ligeira reduzida no fim de 2022, muito por causa do preço dos combustíve­is, que têm uma forte influência no IPCA, mas isso não teve tanto impacto nos bens industriai­s e nos demais setores de serviços. De toda forma, também é sempre importante ficar atento a essa questão, tendo em vista que alguns setores são mais atingidos que outros, em razão desse alto valor do IPCA.

O terceiro ponto é sempre investir em inovação. Isso envolve investimen­tos de risco mais elevado, claro, mas com taxas de retorno muito maiores que a média também. A recomendaç­ão é investir com processos e métodos, para realmente mitigar o risco que a própria inovação por si só já tem por visar setores e áreas que ainda não foram muito bem trabalhado­s na economia.

Com a previsibil­idade de uma taxa alta de juros, o setor bancário é um dos fortes candidatos a se manter em alto cresciment­o, porque é bastante favorecido com a elevação da taxa. Falando economicam­ente da nova política, os setores de artistas vão ser beneficiad­os pelas políticas públicas, e é possível que o setor público também seja mais encorajado a ter os reajustes que, por alguns anos, não foram atendidos.

Então, o setor público, a classe artística e, do ponto de vista econômico, o setor bancário, que empresta dinheiro a juros altos, provavelme­nte vão ser mais beneficiad­os em 2023.

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