Câncer: questão de saúde pública
Informação e conscientização são palavras-chave para a prevenção e o controle da doença
Em fevereiro, os olhares de todo o mundo estão voltados para o Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado hoje, e o Dia Internacional de Luta contra o Câncer na Infância, no dia 15. As datas buscam conscientizar sobre a importância da prevenção e do controle da patologia, considerada uma das doenças mais complexas e preocupantes, que podem afetar o ser humano em qualquer faixa etária.
Os dados são alarmantes. O câncer se manifesta em mais de 100 tipos e é a segunda principal causa de mortes no mundo, responsável por cerca de 10 milhões de óbitos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima mais de 704 mil novos casos no triênio 2023-2025. Em adultos e idosos, os tipos de câncer mais frequentes são o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
Embora mais frequente na população idosa, a doença pode acometer jovens e crianças, sendo um problema de saúde pública. O número esperado de novos casos ao ano de câncer infantojuvenil é de cerca de 8 mil. Os tumores mais comuns na infância são leucemias (33%), tumores do sistema nervoso central (16%) e linfomas (14%).
Outra particularidade do câncer infantojuvenil é que ele tem menor período de latência (tempo de evolução clínica), maior rapidez de crescimento e agressividade. Contudo, também apresenta melhor resposta ao tratamento de qui- mioterapia, radioterapia e cirurgia, com chances de remissão que podem chegar a 90%.
O câncer assume características diferentes em adultos e crianças. Em adultos, está relacionado ao avanço da idade e aos hábitos nocivos de vida, como tabagismo, etilismo e outros riscos de exposição (câncer de pele). Segundo dados do Inca, estima-se que 80% a 90% dos casos da doença em adultos poderiam ser evitados, sendo a minoria hereditária, ou seja, que pode ser transmitida por gerações.
Já na infância, o câncer, em sua maioria, não tem relação com fatores ambientais. Geralmente, alguns cânceres diagnosticados em crianças são específicos da infância, que raramente acometem adultos, a exemplo do retinoblastoma (câncer ocular infantil), nefroblastoma (também conhecido como Wilms, tipo raro de câncer de rim encontrado em crianças na faixa dos 2 aos 5 anos).
Apesar de ser uma patologia conhecida há séculos, o câncer é uma das doenças mais estudadas pela comunidade médico-científica devido ao seu caráter epidêmico, ocupando lugar de destaque em pesquisas. Embora preocupante, é importante ressaltar que a patologia não é uma sentença de morte, independentemente da idade.
Informação e conscientização são palavraschave para a prevenção e o controle da doença. Quanto antes um câncer for diagnosticado, melhores as chances de casos de sucesso. Então, privilegie você, se cuide, alimente-se bem, exercitese, faça exames preventivos e esteja em alerta com a sua saúde e a de seus filhos. Viva com saúde!