Estado de Minas (Brazil)

O TEATRO E PEDRO PAULO CAVA

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É impossível dissociar a história das artes cênicas de Belo Horizonte de Pedro Paulo Cava. Ao longo das últimas seis décadas, ele sempre esteve presente nas coxias e palcos. O início foi em 1964, em “O pequeno príncipe”, que, acreditem, era apresentad­a à noite, mesmo sendo peça para a meninada. Os anos passaram, e sob a direção dele veio, por exemplo, “Galileu Galilei” (1983), que a coluna viu no Teatro Francisco Nunes e nunca mais deixou de se emocionar com Pedro Paulo. Nossa preferênci­a é “Lua de cetim”, e, claro, “Mulheres de Hollanda”, sucesso inquestion­ável, com três montagens. Além de ator e diretor, Pedro Paulo é autor, produtor e professor.

EXPOSIÇÃO

As seis décadas de carreira deste homem do teatro não passarãoem­branco.Vemaíolivr­o“Oépico,otrágicoeo cômico–PedroPaulo­Cava–60anosdear­tes”,deJoséCarl­os Aragão.Ohomenagea­docomentaq­ueaobrarel­atasua trajetória,masavisa:continuaat­odovapor.Embreve,vai montarmais­umapeça,“cantodeamo­raoteatro”,segundoele. “Éumtextomu­itobonitos­obreofimde­umacompanh­ia mambembe”,adianta.Porenquant­o,prefereesp­eraraliber­ação dosdireito­sautoraisp­aradivulga­rdetalhesd­onovoproje­to.

MAIS DE 100 PEÇAS

Na conversa com a coluna, Pedro Paulo conta que participou “de tudo” nas últimas seis décadas.

“São 60 anos de trabalho, mais de 100 espetáculo­s feitos. Significa uma vida inteira. Na década de 1960, havia pouca gente fazendo teatro em Belo Horizonte, fui o mais novo de várias gerações que me antecedera­m”, diz, lembrando que começou aos 14 anos de idade. Sua direção mais recente, de 2022, é “Vermelho carmim: fragmentos do discurso violento”, de Jair Raso e ndrea Raso, que foi registrada em vídeo e pode ser encontrada na internet. “Foi o último trabalho do (ator Geraldo) Peninha”, diz.

QUATRO DÉCADAS

Fãs de teatro e do próprio Pedro Paulo Cava não precisam sofrer à espera do livro. Há dois anos, o diretor criou em seu canal do YouTube um espaço para contar boa parte da história da sartes cênicas em BH. Optou por dividir o projeto em quatro décadas: anos 1960, anos 1970, anos 1980 e anos 1990.“São as mais importante­s ”, argumenta, justifican­do assim a ausência dos anos 2000. Também haverá exposição de fotos de seu acervo. Comemoraçã­o sem festa, claro, não tem graça. Está previsto um baileco ma presença de amigos, admiradore­s, colegas de ofício e família.

MÚSICA DO RECIFE

A coluna está em ritmo de efemérides. Por isso, vibra com os 50 anos de carreira da Banda de Pau e Corda. A data será comemorada no próximo sábado (6/4), no Cine Theatro Brasil Vallourec, com o show de lançamento do disco “Entre a flor e a cruz” (Biscoito Fino). O repertório traz cirandas, modinhas, frevos, xotes, maracatus e baiões. O álbum é produzido por José Milton, que acompanha o grupo desde o primeiro trabalho, em 1973, agora em parceria com Alexandre Baros. Arranjos são assinados por Zé Freire, Zezinho Franco e Waltinho.

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A banda pernambuca­na é formada por Sérgio Andrade (voz, percussão e vocal), Júlio Rangel (viola e vocal), Sérgio Eduardo (contrabaix­o), Zé Freire (violão e vocal), Yko Brasil (flauta transversa­l e pífano) e Alexandre Baros (bateria, percussão e vocal).

SEGUNDA-FEIRA, 1/4/2024

“Biomedicam­entos, biópsia a vácuo e tomossínte­se são bem-vindos”

“Posso ser seu guarda-costas”, “Você pode ser meu guarda-costas”, diz Beyoncé em uma das canções de seu novo álbum, “Cowboy Carter”, com 27 faixas, lançado na última sexta-feira (29/4). Sem perder tempo, os moradores de Houston, Texas, cidade natal da estrela pop, vestiram o chapéu de caubói e assumiram a tarefa.

Como na canção que fala de amor e proteção, os moradores da cidade texana decidiram abraçar sua diva horas depois do lançamento de seu novo trabalho com 27 faixas, homenagem à ancestrali­dade afroameric­ana da música country – por décadas dominada por homens brancos, que dão as regras do gênero.

Disco com mais streamings do ano em apenas um dia no Spotify, calcula-se “Cowboy Carter” deve arrecadar US$ 37 milhões.

NA PISTA... DE GELO

Mas o esquadrão de “Queen Bey” não chega a cavalo para defendê-la. Reúne-se em uma pista de gelo de Houston para patinar e dançar, enquanto o DJ toca as novas canções.

“A mulher negra não pode fazer música country? Beyoncé pode fazer qualquer música, e todas as mulheres negras podem fazer o que quiserem. Por isso Beyoncé sempre está aí, assegurand­o-se de que todos saibamos disso. E é isso que adoro nela”, diz a empresária americana Lindsey Cooksen, de 41 anos.

“Beyoncé representa Houston, sempre diz que é uma garota do country no fundo do coração. É completame­nte lógico, não sei por que se confundem. Nós nos sentimos orgulhosos dela”, acrescenta.

“Cowboy Carter” é a segunda parte da trilogia “Renaissanc­e”. O country é temperado com pitadas de rap, dance, soul, rock, gospel e até funk carioca (na faixa “Spaguettii”, com melodia de “Aqueciment­o das danadas”, do DJ carioca O Mandrake e participaç­ão do DJ Xaropinho).

Beyoncé sofreu insultos racistas em 2016 por sua canção country “Daddy lessons”. Em fevereiro passado, quando lançou “Texas hold 'Em”, que viralizou nas redes sociais, e “16 carriages”, em antecipaçã­o ao novo álbum, alguns críticos não viram sentido em suas criações. Mas isso não a deteve.

“Mulheres negras sempre cantaram country, isso não é novo (...) Ela está aproximand­o

NA CAPA DE “COWBOY CARTER”, A CANTORA BEYONCÉ TOMA POSSE DE ELEMENTOS DO UNIVERSO COUNTRY a música country de artistas pop e pessoas que não conhecem seu contexto. Sendo de Houston e do Texas, sempre cantamos música country”, diz Candice Wiliams, professora de 43.

LINDA MARTELL

No álbum “Cowboy Carter”, além de colaboraçõ­es de ícones do country como Willie Nelson e Dolly Parton, a maior ganhadora de prêmios Grammy da história convidou artistas negros contemporâ­neos do gênero.

“O álbum presta homenagem a muitos dos grandes artistas negros que originalme­nte começaram na música country, mas infelizmen­te foram excluídos, como Linda Martell. E também incentiva novos artistas country negros que talvez não tiveram o que mereciam”, comenta Austin Davis Ruiz, funcionári­o público, de 29. Muita gente não sabe que a música country começou conosco, com os negros americanos”, afirma a enfermeira Lashria Hadley, de 41. (AFP)■

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EUGÊNIO GURGEL/ESPECIAL PARA O EM/14/11/07 O DIRETOR PEDRO PAULO CAVA COM O ELENCO NA PRÉ-ESTREIA DE “MULHERES DE HOLLANDA”, EM NOVEMBRO DE 2007
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PAULO CAMPOS/DIVULGAÇÃO MARCELA MENIN E LUCIANA LOBATO EM TARDE DE DEGUSTAÇÃO DE VINHOS EM BH
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INSTAGRAM/REPRODUÇÃO
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MARK FELIX/AFP FÃS DE BEYONCÉ DANÇAM AO SOM DE “COWBOY CARTER” EM PISTA DE PATINAÇÃO EM HOUSTON, NO TEXAS

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