Quando morrem nossos pais, morremos um pouco
Quando nossos pais envelhecem, e mais ainda, quando nos deixam, acredito que experimentamos uma espécie de morte interna, é como se fosse um aviso de que a finitude também nos ronda. Esse processo de perda, embora natural do ciclo da vida, pode acabar trazendo, além de uma dor profunda, também um ponto de inflexão em nossas vidas.
A morte dos nossos pais representa a perda física de figuras fundamentais em nossas existências, mas também representa a morte de uma parte de nós mesmos. Quando nos despedimos deles uma parte da nossa história e da nossa identidade se esvai, deixando um vazio que nunca mais será completamente preenchido.
E isso tem muito sentido, já que nossos pais são nossos primeiros vínculos, aqueles que nos introduzem no mundo e nos moldam de maneiras que só o tempo revela. Quando eles partem, somos confrontados com sua ausência e com a nossa própria mortalidade. É como se, com a morte deles, fôssemos obrigados a enfrentar a realidade de que a vida é efêmera, de modo que cada momento tem que se tornar precioso.
No entanto, não é simples integrar essa perda em nossa narrativa pessoal. Requer um processo de luto que é tanto sobre os nossos pais quanto sobre nós mesmos, sobre quem éramos na presença deles e quem nos tornamos com a sua ausência. É um processo no qual podemos reavaliar nossas prioridades, fortalecer nossos relacionamentos restantes e, de alguma forma, carregar o legado de nossos pais adiante.
Se concebemos assim, o processo de luto pode ser também um processo de transformação. Por meio dele somos chamados a honrar a memória de nossos pais através de nossas ações, escolhas e pelo modo como tocamos a vida de outras pessoas. Provavelmente esse seja o momento em que de fato confrontamos nossa própria finitude, com senso de humildade e gratidão pela vida que nos foi transmitida.
Esse processo de introspecção pode revelar forças e vulnerabilidades em nosso interior que talvez não conhecêssemos. A dor da perda, embora possa parecer insuportável no início, gradualmente nos ensina sobre resiliência, sobre a capacidade de seguir em frente, mesmo quando parte de nós deseja ardentemente ficar ancorada no passado.
Muitas vezes, na busca por significado após uma perda, muitos de nós se vê explorando novos caminhos, talvez motivados por desejos e sonhos antes adiados. Isso não significa, claro, esquecer quem perdemos, mas sim permitir que a lembrança deles inspire novas experiências. Nesse sentido, a perda dos nossos pais, apesar da dor profunda, pode também representar um momento em que questionamos nossas vidas com mais propósito e consciência, buscando nos afirmar como sujeitos mas, ao mesmo tempo, honrando o legado deles por meio de nossas próprias realizações.
Pode significar o momento da existência que verdadeiramente tomamos consciência do quão nosso tempo é um recurso escasso, finito e valioso. A perda pode nos fazer questionar de modo mais sábio como queremos gastar esse recurso, nos incentivando a buscar significados e satisfação nas atividades que escolhemos e nas relações que cultivamos. Somos chamados a viver de forma mais intencional, buscando priorizar aquilo que nos traz alegria genuína e contribui positivamente para nós e para o mundo ao nosso redor.
Quando transformada em lição, a dor da perda pode nos impulsionar a fazer escolhas mais conscientes sobre os rumos que pretendemos dar às nossas vidas. A memória dos ensinamentos e do amor que recebemos passam a nos servir de guia, de modo que cada passo que damos se torna um tributo à sua memória. ■
Este é o momento da existência que verdadeiramente tomamos consciência do quão nosso tempo é um recurso escasso, finito e valioso
CUIDADO ESPECIAL
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ERVAS E ESPECIARIAS
A falsificação não é exclusividade de bolsas e produtos de luxo. No mundo das especiarias, a prática também está presente. Estudos conduzidos pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL), entre 2020 e 2023, revelam a presença de substâncias estranhas em ervas e especiarias, o que pode representar sérios riscos à saúde da população brasileira. A análise específica da páprica, por exemplo, revelou que 30% das 43 amostras de 16 marcas continham adulterações, com destaque para a adição frequente de amido de milho. Fragmentos de pelo de roedor e de insetos estavam presentes em 91% e 79% delas, diversos mitos que podem prejudicar o visual. Um deles é sobre fazer a barba todo dia - o que faz com que o pelo cresça mais grosso, escuro e mais rápido, sendo que não há evidências científicas que comprovem essa crença. Outro mito é que a barba protege o rosto e por isso não há necessidade de cuidados como hidratação e proteção solar. No entanto, assim como o cabelo, a região facial acumula cheiros e resíduos do dia a dia. Então, além dos cuidados com a pele, lembre-se de cuidar da própria barba, mantendo-a limpa, hidratada e aparada regularmente para evitar problemas como pelos encravados e irritações da pele. respectivamente. Diante desse cenário, é vital que o consumidor desconfie de produtos com valores abaixo da média do mercado. Além disso, sempre analise o prazo de validade do produto, bem como se a marca pode garantir e comprovar seus controles de qualidade.