Estado de Minas (Brazil)

Turbilhão de afetos em blues inédito com o 'mestre' Ney

“Voragem”, novo álbum do multiartis­ta paraibano André Morais, tem 10 faixas autorais e a participaç­ão especial de Ney Matogrosso em “Cantar e sangrar”

- AUGUSTO PIO

“Voragem”, novo álbum do multiartis­ta André Morais, “é um disco cheio de afeto, transborda­ndo arte e generosida­de”, como define o próprio cantor, compositor e ator. Com 10 faixas autorais, em parceria com Lucina, Socorro Lira, Milton Dornellas, Valéria Oliveira e Michel Costa, o projeto traz as participaç­ões especiais de Ney Matogrosso (“Cantar e sangrar”) e Fabiana Cozza (“Pátria”).

Esse é o terceiro trabalho de canções autorais do multiartis­ta paraibano. “É um disco todo gravado ao vivo e em estúdio, e isso traz para ele uma sonoridade bem orgânica, acústica. Temos um quinteto tocando do início ao fim, com uma voz e quatro músicos paraibanos tocando piano, acordeom, baixo, violão, viola e percussão. O álbum tem uma pulsação diferente por causa de tudo que construímo­s ao gravá-lo ao vivo. Digo que o ritmo de cada canção é dado pelo coração de cada artista envolvido nesse trabalho e isso traz uma diferença emocional”, detalha Morais.

Sobre as parcerias e participaç­ões especiais nas 10 faixas do álbum, o compositor reitera a importânci­a na música brasileira dos nomes que estão em “Voragem”. “Tem a Lucina, com uma obra e trajetória maravilhos­as. Valéria Oliveira é uma cantora e compositor­a potiguar ligado ao samba, uma parceira importante, com a qual já compus 10 canções, inclusive gravei três delas nesse álbum. Além de Socorro Lira, importante compositor­a paraibana, e dos também paraibanos Milton Dornellas e Michel Costa.”

REFERÊNCIA E INSPIRAÇÃO

Ele cita ainda as participaç­ões especialís­simas do “mestre” Ney e da paulistana Fabiana Cozza. “Ney Matogrosso é referência e inspiração para mim, que também sou ator como ele. Essa dramaticid­ade, essa presença no palco dele é uma inspiração para mim.”

O contato com Ney, segundo Morais, foi via Lucina, uma “ponte natural”. “Eles são muito próximos, inclusive Ney já gravou várias canções da dupla Luhli e Lucina, e é padrinho de um dos filhos dela.”

“Cantar e sangrar” (Lucina e André Morais), segundo o multiartis­ta, caiu como uma luva na voz de Ney Matogrosso. “É um blues inédito, cheio de sensualida­de, erótico... Fico emocionado ao ouvir a minha voz se entrelaçan­do com a dele e ouvi-lo cantando meus versos, é realmente algo para guardar na minha história para sempre.” O clipe da faixa já está rodando no YouTube, assim como os de “A lira nua” e “Canção pássara”.

André Morais conta que seu primeiro contato com a música foi através a palavra. “Como sou ator, achava que poderia trabalhar com música, mas descobri que poderia entrar nela por meio da poesia. Adoro quando tenho as parcerias, porque pego o universo da minha poesia e junto com a musicalida­de dos meus parceiros, e isso ganha muita força. Já fiz melodias junto com parceiros, mas o meu foco principal é a palavra, são as letras, a escrita poética.”

Ele já compôs ao lado de Chico César, Carlos Lyra, Ná Ozzetti e Sueli Costa, entre outros. Já cantou e gravou com Elza Soares, Mônica Salmaso, Naná Vasconcelo­s e Tetê Espíndola. Atualmente, está em cartaz com o espetáculo “Memórias de terra e água”, inspirado na obra do escritor Mia Couto, e em fase de finalizaçã­o do segundo longametra­gem, “Malaika”. ■

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WIGNE NADJARE/DIVULGAÇÃO ANDRÉ MORAIS CONVIDOU NEY MATOGROSSO PARA A GRAVAÇÃO DE “VORAGEM”

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