Folha de Londrina

Filhas de peixes

Martine Grael e Kahena Kunze, herdeiras de campeões na vela, conquistar­am a quarta medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos

- Italo Nogueira José Henrique Mariante Folhapress

Rio de Janeiro

- A dupla Martine Grael, 25, e Kahena Kunze, 25, conquistou ontem a medalha de ouro na classe 49er FX na vela. Elas ficaram em primeiro na última regata e chegaram ao pódio em sua primeira Olimpíada.

A vitória veio após as brasileira­s virarem a quinta e última boia do percurso. Elas ficaram atrás da equipe da Nova Zelândia por quase toda a regata, mas ultrapassa­ram as adversária­s escolhendo outro lado do percurso final.

Elas chegaram à última prova tecnicamen­te empatadas com as equipes da Espanha, Nova Zelândia e Dinamarca. A prata ficou com as neozelande­sas, e o bronze com as dinamarque­sas.

Ao fim da prova, elas mergulhara­m nas águas da baia de Guanabara. O telão na praia do Flamengo tocou o “Tema da Vitória”.

O pódio de Martine, filha de Torben Grael, e de Kahena, filha do campeão mundial Cláudio Kunze, era o mais esperado na modalidade. Elas conseguira­m confirmar o favoritism­o na classe que fez a competição mais disputada da Olimpíada.

As duas estão no topo do ranking da 49er FX desde 2013, quando a classe entrou para o programa olímpico. Elas se adaptaram rapidament­e ao barco, foram campeãs Mundiais em 2014 e eleitas as melhores velejadora­s daquele ano pela federação internacio­nal de vela.

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A medalha de ouro de Martine elevou para oito o número de pódios da família Grael, uma das mais tradiciona­is do esporte olímpico.

Martine é filha de Torben Grael, maior medalhista olímpico do país com cinco pódios, e sobrinha de Lars Grael, que conseguiu dois bronzes em Jogos.

Esta é a terceira geração Grael que participa dos Jogos Olímpicos. A primeira das 17 vezes em que um representa­nte da família esteve no evento foi na Cidade do México-1968, com Axel e Eric Schmidt - sobrenome da mesma família - tios de Torben e Lars.

Além de Martine, o irmão Marco Grael, 26, também disputou a Rio-2016. Ao lado de Gabriel Borges, ele não se classifico­u para a regata da medalha da classe 49er.

O segredo, segundo os mais novos, é a forma como a família encara a vela: curtindo a cultura náutica, sem pressão por resultados.

A família tem íntima ligação com o mar desde a década de 1930, quando o dinamarquê­s Preben Schmidt, avô de Torben e Lars, comprou o barco Aileen para navegar na baía de Guanabara. A embarcação é mantida até hoje pelos Grael, que costumam passar a bordo a noite de Natal.

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Wander Roberto/Exemplus/COA Kahena e Martine estão no topo do ranking da 49er FX desde 2013 e confirmara­m o favoritism­o no Rio

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