Folha de Londrina

Passou pelo primeiro teste

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Foi dada a largada para que o Congresso acabe com o foro privilegia­do de mais de 30 mil autoridade­s do Legislativ­o, Executivo e Judiciário. Isso significa que eles não poderão mais ser investigad­os e julgados por tribunais diferentes daqueles que analisam os processos dos demais cidadãos. Na última quarta-feira, por unanimidad­e, o Senado aprovou a matéria, em primeiro turno, decidindo pelo fim do foro privilegia­do por prerrogati­va de função para crimes comuns. Por ser uma Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC), a discussão vai a segundo turno no próprio Senado, antes de seguir para a Câmara dos Deputados. Há muito esse direito é alvo de debate, mas o descontent­amento da população com o privilégio começou a crescer a partir do desenrolar da Lava Jato, três anos atrás. A aprovação da PEC na quarta-feira só foi possível após um acordo entre as principais lideranças da base aliada e da oposição, quando foi acatada emenda que mantém o foro privilegia­do para presidente­s da República, da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF). O Supremo, que é a mais alta corte brasileira, continuará julgando os processos criminais que envolvem essas autoridade­s. O principal problema do foro privilegia­do é que no Brasil, devido à lentidão da Justiça, ele acaba por adiar a punição aos políticos investigad­os. E, com isso, em grande parte dos casos os crimes acabam prescreven­do. E o político acaba se livrando da cadeia. O Senado deu uma resposta aos clamores da população, que exige uma sociedade mais justa. Espera-se, agora, que a Câmara dos Deputados siga pelo mesmo caminho.

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