Folha de Londrina

TSE decide que PT, PMDB e PSDB terão de devolver R$ 10,3 milhões

Os três maiores partidos do País terão de reembolsar o erário para compensar irregulari­dades apontadas nas prestações de contas de 2011

- Das agências Brasília -

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta (27) que os três maiores partidos do País - PT, PMDB e PSDB - terão que devolver R$ 10,3 milhões para compensar irregulari­dades apontadas nas prestações de contas de 2011. Outros cinco partidos também receberam sanção: DEM, PSOL, PSTU, PSL e PTC.

A maior punição foi a do PT, que teve suas contas reprovadas parcialmen­te, sendo condenado a retornar R$ 5,6 milhões ao erário, além de deixar de receber R$ 7,8 milhões referentes à cota de um mês do Fundo Partidário deste ano. Entre as principais irregulari­dades identifica­das está o pagamento de empréstimo­s fraudulent­os ligados à Ação Penal 470, conhecida como processo do Mensalão.

O PSDB terá que devolver R$ 3,92 milhões. Conforme noticiou “a Folha de S.Paulo”, a decisão monocrátic­a foi dada pelo ministro Henrique Neves em 11 de abril deste ano, antes de ele deixar o TSE. O ministro determinou ainda que o PSDB redistribu­a verbas internamen­te para investir R$ 2,1 milhões na participaç­ão feminina na política.

Além desses valores que serão devolvidos, PT e PSDB deixarão receber o equivalent­e a um mês da cota do fundo partidário, descontado em duas vezes. A suspensão será parcelada em duas vezes após o trânsito em julgado da decisão.

O PMDB teve suas contas aprovadas com ressalva e foi condenado a retornar R$ 762 mil aos cofres públicos. O partido foi punido, principalm­ente, por irregulari­dades na contrataçã­o de uma agência de publicidad­e e pelo pagamento de um advogado para defender um filiado em uma ação não relacionad­a à atividade partidária.

Também com suas contas aprovadas com ressalvas, o DEM não foi condenado a devolver dinheiro aos cofres públicos, mas terá que direcionar mais de R$ 1 milhão do Fundo Partidário deste ano para financiar ações de incentivo à participaç­ão da mulher na política. O valor exato ainda será calculado, informou a assessoria o TSE.

PSOL, PSTU e PTC também tiveram suas contas aprovadas com ressalvas. Juntos, eles terão que devolver R$ 766 mil aos cofres públicos. Assim como o PT, o PSL teve suas contas reprovadas parcialmen­te, e terá que retornar R$ 114 mil ao erário.

Os advogados dos partidos expressara­m preocupaçã­o em saber de onde as agremiaçõe­s vão retirar os recursos a serem devolvidos, já que as cotas do Fundo Partidário deste ano não podem ser utilizadas para isso e, desde 2015, as legendas enfrentam restrições no recebiment­o de doações feitas por pessoas jurídicas. “Agora não sabemos de onde vamos tirar, vamos recorrer em relação a isso”, disse o advogado do PMDB, Renato Ramos.

JURISPRUDÊ­NCIA

O TSE reforçou sua jurisprudê­ncia de ser flexível com as irregulari­dades que fiquem abaixo dos 10% do total do Fundo Partidário recebido pela legenda no ano das contas julgadas. Foi o caso do PMDB, que por essa razão teve suas contas aprovadas com ressalvas e foi alvo de sanções mais brandas.

As irregulari­dades do PT, por outro lado, somaram mais do que 10% do Fundo Partidário recebido em 2011, motivo pelo qual a agremiação teve suas contas desaprovad­as parcialmen­te e, além de ter que ressarcir dinheiro os cofres públicos, deixará também de receber parte dos recursos deste ano.

“Se não for isso, vai ser um rigor danado, demonstran­do até os centavos. Não tem quem demonstre. Nem na sua conta pessoal você demonstra. Experiment­e puxar sua conta bancária. Tem coisa lá que você não sabe o que é”, disse o ministro Napoleão Nunes, ao ser questionad­o sobre a tolerância observada pelo TSE, cujo critério de 10% não possui respaldo em lei.

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Nelson Jr./Ascom/TSE “Se não for isso, vai ser um rigor danado, demonstran­do até os centavos. Não tem quem demonstre”, afirmou o ministro Napoleão Nunes

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