Folha de Londrina

Masmorra secreta é achada em distrito policial

- Ana Estela de Sousa Pinto Folhapress

seguiam presas.

A oposição usa as manifestaç­ões para pressionar o governo a convocar eleições regionais, que deveriam ter sido realizadas em dezembro, mas foram adiadas. Além disso, os adversário­s de Maduro pedem a libertação de presos políticos e protestam contra o desabastec­imento de alimentos e remédios.

“Não havia luz alguma, nem ar. Era tão quente lá dentro que as câmeras embaçaram”, declarou o fotojornal­ista filipino Vincent Go, que fez a cobertura da inspeção. A inspeção foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos das Filipinas, que recebeu a denúncia de que até 30 pessoas já haviam sido mantidas no cárcere até que pagassem suborno.

O diretor da comissão em Manila, Gilbert Boisner, descobriu o local ao bater nas paredes internas do distrito. Numa das salas, ouviuse a voz de uma mulher pedindo ajuda. Entrevista­dos nesta quinta, os detidos disseram que os valores exigidos pela polícia variava de 40 mil a 200 mil pesos (de R$ 2,5 mil a R$ 12,7 mil). As quantias equivalem a, aproximada­mente, de 2 a 12 salários mínimos filipinos.

Ao diretor da comissão de direitos humanos, afirmaram estar presos ali por vários dias ou até semanas, à espera de que seus parentes conseguiss­em juntar o dinheiro. As denúncias são de que os que não conseguem pagar acabam sendo mortos.

O comandante da estação, superinten­dente Robert Domingo, negou que a cela fosse clandestin­a. O espaço, segundo ele, havia sido montado nesta semana, porque as celas regulares estão superlotad­as. Em outubro de 2016, quando a reportagem visitou o distrito, cerca de 200 pessoas ocupavam o espaço, cuja lotação oficial era 45.

São 65 mil os detidos por suspeita de ligação com drogas no país desde julho do ano passado, quando Duterte tomou posse. Outros 7 mil foram mortos, segundo a polícia nacional, dois terços em casos atribuídos a grupos de extermínio. Os detidos afirmaram que precisavam usar sacos plásticos como banheiro.

A Comissão de Direitos Humanos não conseguiu libertar os suspeitos. Segundo Domingo, só a polícia poderia liberá-los, depois dos devidos trâmites legais.

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