Município alega falta de recursos
Secretário de Agricultura aponta “parceria” com moradores como uma alternativa de pavimentação na zona rural
Secretários municipais de Londrina apontam a falta de dinheiro para realizar a pavimentação das vias e os reparos necessários. “Estamos programando algumas ações de pavimentação que não dependem da arrecadação do município, mas de emendas parlamentares; estamos aguardando também a resposta de pedidos de emendas junto governo estadual”, alega o secretário de Obras e Pavimentação, Fernando Tunouti.
Sobre o Distrito de Irerê, o secretário reforçou que nos dias 4 e 5 de maio será realizado um mutirão e, entre os serviços a serem realizados, está o de moledamento. “Na Rua Ulisses Rodrigues Silva, onde o problema é mai grave, precisamos fazer um projeto para resolver a questão da drenagem da pista para poder fazer a pavimentação do local”, explicou. Ele afirmou que nos demais distritos também serão realizadas avaliações das condições do pavimento para que a equipe possa fazer intervenções dentro das possibilidades da pasta, como ação de tapa-buraco e correção da pista. Sobre o trecho entre a PR-445 e a entrada de Lerroville, ele afirmou que irá realizar operações de tapa-buraco para melhorar a pista. Já no trecho entre Irerê e Paiquerê, segundo ele, a situação é mais complicada e exigiria uma intervenção maior, mas isso demanda recursos que o município não possui hoje.
O secretário de Agricultura e Abastecimento, João Mendonça, garante que na Estrada de Guairacá o objetivo é realizar moledamento nos pontos mais críticos nos próximos dias. “Se o tempo não atrapalhar, queremos fazer isso logo.” Ele aponta que as equipes têm trabalhado no fim de semana para tentar melhorar a situação nos vários distritos, no entanto alega que, além da falta de recursos, a pasta tem operado com poucos equipamentos. “Temos trabalhado com apenas 20% das máquinas da secretaria. Os outros 40% estão em oficinas e o restante virou sucata”, relata, informando que a sucata deve ser leiloada para conseguir recursos para a aquisição de equipamentos.
Sobre a aplicação das pedras irregulares na Estrada de Guairacá, ele afirma que esta gestão já encontrou a obra paralisada. “Pediram três meses de suspensão do contrato em função das chuvas. Nós retomamos a obra, assinamos o contrato e ela está para ser recomeçada em maio. Vamos concluir a estrada”, afirma Mendonça.
Mendonça afirma ter ciência de que nos outros distritos a situação não esteja muito diferente. “Temos que dar atenção a isso. Posso citar outros trechos críticos, como a Estrada do Limoeiro, estradas rurais de Guaravera, Lerroville e no assentamento Eli Vive”, destaca. Segundo ele, o planejamento para conseguir recursos contempla, entre outros itens, buscar parcerias e firmar convênio com a Codapar para emprestar máquinas para atender a manutenção das estradas.
EXEMPLO DE TOLEDO
Segundo o secretário, Londrina deve adotar o modelo de pavimentação rural de Toledo (Oeste). “A população local pagaria por um terço da obra e o município arcaria com dois terços do custo de pavimentação”, explica. Os custos seriam não só do proprietário da área que fica ao longo da rodovia, mas também pelas pessoas que circulam de carro por ali. Resta saber se a população local se sujeitaria a arcar com mais despesas, além dos impostos que já pagam.
Em Toledo as estradas rurais têm uma pista de rolamento de 3,5 metros, com acostamento de 1,25 metro cada, revestido com massa asfáltica. Segundo Mendonça, Londrina já possui um pequeno trecho em que a técnica foi adotada, na Estrada do Limoeiro, mas a ideia é que isso seja expandido para todas as estradas rurais de Londrina.
Ele aponta que em oito anos foram feitos quase 300 km de estradas rurais em Toledo. “Foram dois mandatos para executar tudo isso. Com o potencial de Londrina e a adesão da comunidade, podemos agir em várias frentes simultaneamente. Estamos buscando parcerias com cooperativas e emendas parlamentares para conseguir os recursos que ajudem a viabilizar a empreitada”, explicou. Ele destaca que assim que o projeto tiver início, a própria população irá procurar a prefeitura para firmar essas parcerias, mas não soube precisar quantos quilômetros poderiam ser executados pela prefeitura.
“Começando no ano que vem, teremos três anos para realizar o trabalho, e esse serviço vai evitar a necessidade de manutenção das estradas por cinco ou seis anos. Consequentemente o maquinário que hoje é utilizado para as obras vai ficar sobrando para realizar o restante dos serviços”, diz Mendonça, em tom otimista.
“A parcela deles (dos produtores rurais) poderá ser paga à vista ou parcelado. Quando eles virem a valorização do imóvel, vão botar fé e esperança nisso.”
“A população local pagaria por um terço da obra”