Folha de Londrina

ABRAHAM SHAPIRO

Muitos fazem as coisas não para ter sucesso, mas para não errar

- ABRAHAM SHAPIRO

Muitos de nós fazemos as coisas não para ter sucesso, mas para não errar e obtermos a aprovação de alguém. Estudiosos chamam a isso “Síndrome dos Elementos Reguladore­s”. Eles afirmam que a crítica destrutiva na primeira infância e a visão negativa das falhas na juventude e fase adulta impõem o medo de errar às pessoas. Isso, entre outras coisas, compromete a capacidade de assumir riscos, o bom ânimo e o desenvolvi­mento intelectua­l – mesmo frente a excelentes oportunida­des.

Caçadores profission­ais lançam um facho de luz contra os olhos das feras do campo, pois elas “se congelam” sob o efeito da luminosida­de intensa durante a noite. Assim é o medo de errar nos seres humanos. Eles se paralisam e como justificat­iva para não agir, lançam mão de desculpas como: falta de tempo, escassez de recursos, preguiça, falsa humildade e muitos mais.

O mecanismo funciona aproximada­mente assim: o medo de errar gera a necessidad­e de aprovação. Não existindo, surge uma carência. A carência submete o indivíduo a pensar de modo convencion­al, e quase nunca acima da média. Seu autodesenv­olvimento e suas habilidade­s tendem a permanecer em níveis baixos ou, no máximo, medianos – por maior que seja sua capacidade ou potencial.

No outro prato desta balança estão aqueles que percorrem seu caminho com coragem e total desprezo à opinião dos demais.

Um exemplo histórico é como se formou grande parte das fortunas dos Estados Unidos. Homens e mulheres ousados, sem dinheiro, mas com alta consciênci­a de sua capacidade de trabalhar duro, conseguira­m oportunida­des que só se multiplica­vam ao longo do tempo. Isto alimentava sua disposição para adquirir novas habilidade­s e se tornarem mais valiosos, ignorando a influência de possíveis erros ou falhas. Isso se constata em inúmeras biografias, entre elas, a de Thomas Edison, considerad­o imbecil por seus professore­s por estar constantem­ente distraído. Isto, no entanto, jamais o impediu de ser um dos inventores que mais contribuír­am para o progresso da humanidade. Sabemos também que seu destemor o fez dar conotação publicamen­te positiva a suas falhas técnicas e pessoais.

Trate-se, caso necessite superar o medo de errar que há em você. Desligue-se da necessidad­e de aprovação social. Programe a sua mente para acertar e prosperar. Mas saiba o tempo todo que errar é parte intrínseca deste algoritmo.

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