Londrina forma plateias
Às vésperas de completar 50 anos, em 2018, o Festival Internacional de Londrina – FILO – mostra que décadas de trabalho ininterrupto resultaram na formação de um público que se renova com sucessivas gerações.
Nesta 49ª edição, a exemplo de outras, o público tem lotado as sessões que ocupam vários espaços culturais da cidade, além das ruas. Até aqui, num levantamento parcial feito na quarta-feira (16) pela assessoria de imprensa do FILO, a pedido da Folha 2, foram vendidos 11 mil ingressos para espetáculos que trazem a Londrina diferentes linguagens: do teatro de bonecos a clássicos como “‘Hamlet”, da Armazém Companhia de Teatro (RJ), que abriu o festival no dia 11. Ainda não há uma avaliação de público para os espetáculos de rua.
Pessoas da região que vêm ao festival às vezes perguntam a que se deve um público tão participante, a resposta certamente passa pela continuidade do festival em quase cinco décadas e à seleção de espetáculos por curadorias que levam em conta a qualidade das montagens nacionais e internacionais em cartaz, com isso a cidade formou um público que também conhece teatro.
Um fator que pode servir para uma avaliação deste tipo talvez seja também o fato da cidade contar com o curso de Artes Cênicas da UEL. Sob o ponto de vista da excelência técnica e da formação dos professores – alguns egressos de carreiras artísticas consolidadas – o curso ajuda a formar cabeças e renovar plateias.
Nos teatros nota-se que há um público cativo, acima de 40 anos, e uma grande frequência de gerações mais novas que têm entre 20 e 30 anos, a maioria universitários. Além disso, o público infantil também está presente no evento assistindo a espetáculos voltados à sua idade, o que indica que em Londrina se assiste a teatro “desde criancinha.” Até aqui, um terço da edição do FILO 2017 já aconteceu, agora muitas companhias internacionais começam a se apresentar. Ainda resta uma semana e meia de emoção e técnica, formação e informação, condições que dão a Londrina um reconhecido perfil de “cidade cultural.”