Comissão de Ética aplica censura escrita a Filipe Barros por xingar trabalhadores
Relator do caso, Jamil Janene foi voto vencido em seu relatório que pedia arquivamento da denúncia; vereadores negam corporativismo
AComissão de Ética da Câmara Municipal de Londrina aplicou censura escrita a Filipe Barros (PRB) como punição no episódio no qual o vereador xingou tralhadores de “vagabundos” e postou vídeos na internet praticando “bullying” contra manifestantes que participaram da greve geral convocada por sindicatos no dia 28 de abril. Nessa segunda-feira (21), em reunião pública foi divulgado o relatório final feito pelos vereadores Gerson Araújo (PSDB) e Vilson Bittencourt (PSB). O relator da Comissão, Jamil Janene (PP), foi voto vencido após apresentar seu relatório julgando improcedente a denúncia contra Barros e pedindo arquivamento do caso.
A denúncia contra Barros foi apresentada no dia 5 de maio pelo estudante Pedro Henrique Linares Gil. Outra representação sobre o mesmo tema foi anexada ao caso pelo coletivo de sindicatos.
Para Janene, não seria possível enquadrar o fato como conduta atentatória ao decoro parlamentar. Em entrevista coletiva, o pepista negou corporativismo no seu relatório. “Se moda pega qualquer discussão de vereador pode virar representação na Casa. Ele (Filipe Barros) veio a público pedir desculpas aos trabalhadores e continua com o posicionamento dele sobre os sindicatos.”
No relatório final que acabou prevalecendo, o presidente da Comissão de Ética, Gerson Araújo, indicou censura escrita após tecer al- guns elogios ao vereador. “Filipe Barros, um jovem político muito promissor, culto, defende suas ideias com coerência. (…). Entretanto, na força de sua juventude, e na disposição desta idade, tomou essa iniciativa, iniciativa da qual mostrou arrependimento”, escreveu Araújo.
Bittencourt negou que existem pesos diferentes em relação às condutas cometidas por Emerson Petriv (PR), o Boca Aberta, e Filipe Barros. “Todas as ferramentas que a Câmara tem ela usou de forma igualitária aos dois
OUTRO LADO Sandro Ruhnke, presidente do Sindicato dos trabalhadores das empresas de energia, criticou a punição e
vereadores.”
Esta é a segunda punição branda aplicada pela Comissão de Ética em 2017. No dia 17 abril, Boca Aberta também recebeu advertência por escrito no episódio em que ele realizava visita a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na zona oeste, chamada por ele de “Blitz da Saúde”. classificou a atitude da Comissão de Ética de “blindagem” ao vereador Filipe Barros. O coletivo sindicato ainda questiona o caminho percorrido pela denúncia na Casa. Isso porque pediram para que o caso fosse enquadrado no artigo 9º do Código de Ética e Decoro Parlamentar que prevê cassação de mandato. “Não foi um ato por impulso, foi um ato planejado procurando ofender trabalhadores e sindicatos que estavam exercendo um direito constitucional.”
Ruhnke informou que os sindicatos devem entrar com mandado de segurança na Justiça contra a decisão da Câmara. Barros não quis comentar a decisão da Comissão de Ética, apenas informou que não irá recorrer da punição. “Caso morto”, disse.
Não foi um ato por impulso, foi um ato planejado procurando ofender trabalhadores e sindicatos”