Guru é condenado a 20 anos por estupro
São Paulo
- Um tribunal indiano anunciou nesta segunda-feira (28) que o guru Gurmeet Ram Rahim Singh, 50, foi condenado a 20 anos de prisão por estupro. Na sexta (25), protestos violentos por todo o país deixaram ao menos 38 mortos após o líder espiritual ter sido declarado culpado pela corte.
Conhecido por gostar de joias e por suas roupas chamativas, Singh lidera a seita Dera Sacha Sauda e afirma ter mais de 50 milhões de adeptos em todo o mundo. Os advogados dele já afirmaram que vão recorrer da sentença.
Singh foi condenado pelo estupro de duas seguidoras em 2002 na sede do movimento Dera Sacha Sauda, na cidade de Sirsa. O guru, entretanto, é acusado ter feito mais vítimas. “Consideramos que pelo menos outras 48 vítimas foram agredidas sexualmente e teriam morrido ou teriam muito medo de romper o silêncio”, disse o advogado de uma das vítimas Utsav Singh Bains à agência de notícias France Presse.
Ao tornar a sentençapública nesta segunda (28), as autoridades da Índia reforçaram a segurança na cidade de Rohtak, no Estado de Haryana, onde o guru está detido, para evitar uma nova onda de violência. Além disso, redes de internet móvel foram cortadas e postos de controle policial instalados nas estradas. “Se a situação exigir o uso de armas de fogo, meus oficiais têm total liberdade”, afirmou o chefe de polícia de Rohtak.
Na sexta (25), milhares de simpatizantes de Singh protestaram a favor do guru. Houve confronto com a polícia e estações de trem, postos de combustível e veículos de emissoras de televisão foram depredados.
Esta não é a primeira vez que Singh se encontra no centro de uma polêmica. Em 2015, o guru foi acusado de ter incentivado 400 de seus discípulos a se castrar para ficar mais próximo dos deuses. Além disso, ele é investigado pelo assassinato de um jornalista em 2002.
As atividades de Singh também desagradaram outros chefes religiosos da Índia, que consideram que o guru insulta a fé. Singh nega as acusações e, na semana passada, gravou um vídeo pedindo calma aos manifestantes.
Se a situação exigir o uso de armas, meus oficiais têm total liberdade”