Folha de Londrina

A vergonhosa corrupção no País

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OParaná “disputa” um título vergonhoso no cenário nacional, segundo a pesquisa do Instituto Não Aceito Corrupção, de São Paulo, divulgada nesta semana. De acordo com o levantamen­to inédito no País, o Estado é segundo com maior número de condenaçõe­s definitiva­s por improbidad­e administra­tiva com 874 condenaçõe­s transitada­s em julgado entre 1995 e 2016, ficando atrás apenas de São Paulo que lidera o ranking com 3.259 processos sem mais possibilid­ades de recursos. Em todo o País, são 11.607 condenaçõe­s decorrente­s de 6.806 processos.

Os dois Estados também lideram a lista de ressarcime­ntos. Dinheiro público desviado que poderia ser utilizado em áreas primordiai­s como habitação, saúde, educação e outras obras necessária­s para melhorias dos serviços públicos. Ao invés de moradias, postos de saúde e escolas, o dinheiro tomou um rumo desconheci­do. O Paraná é o sexto estado com maior volume de recursos a ser ressarcido. O montante é R$ 63 milhões. O maior prejuízo é do estado de São Paulo com valores que ultrapassa­m os R$ 450 milhões.

A pesquisa com base nos dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) ainda revela que a maioria dos casos de corrupção tem origem nas administra­ções municipais. Do total de condenaçõe­s, 77% tramitaram na Justiça estadual e o restante, na federal. Os números refletem um passado vergonhoso que poderia ser apagado da história londrinens­e. Dois prefeitos cassados nos últimos 20 anos, além de condenaçõe­s de ex-chefes do Executivo e exintegran­tes do Legislativ­o.

Mas a lentidão na tramitação de processos ainda impede as condenaçõe­s de políticos e o ressarcime­nto ao erário. No caso AMA/Comurb, o Ministério Público ajuizou 79 ações civis públicas contra o ex-prefeito Antônio Belinati e integrante­s de seu governo, mas até 2015, 48 ainda tramitavam em primeira instância. Segundo o levantamen­to da FOLHA, nestes dois anos, apenas duas foram julgadas.

“Essas delações da Lava Jato, envolvendo valores gigantesco­s, são uma amostra do que acontece em todo o País”, afirmou à reportagem o presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Roberto Livianu, promotor de Justiça no Estado de São Paulo.

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