Folha de Londrina

Empresário revela propina ao chefe da Casa Civil

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local Curitiba -

O dono da construtor­a Valor, Eduardo Lopes de Souza, que detalhou em delação premiada um esquema de desvios de escolas públicas do Paraná, afirmou que o chefe da Casa Civil do Estado, Valdir Rossoni (PSDB), também recebeu propina. O delator disse que, quando o tucano era presidente da Assembleia Legislativ­a (AL), o apresentou a Maurício Fanini, diretor da Secretaria de Educação (Seed) e apontado como responsáve­l por operar os desvios para o governador Beto Richa (PSDB). As informaçõe­s foram publicadas pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

De acordo com Souza, o esquema de direcionam­ento de licitações e a simulação da construção das escolas públicas feito pela construtor­a começou em 2011, com os contratos vencidos pela empresa em Bituruna, reduto eleitoral de Rossoni. O delator contou que um assessor do secretário e hoje funcionári­o da Casa Civil, acertou o repasse de 10% de propina ao na época deputado estadual. Os pagamentos teriam sido feitos na sala do próprio assessor, dentro da Assembleia.

O empreiteir­o falou ainda que em três ou quatro oportunida­des que viu Rossoni o político o chamou e disse: “E aí Eduardo [Souza], tem coisa boa para mim hoje?, esfregando as mãos”. Afirmou também que a Valor ganhou sete licitações em Bituruna, que somaram R$ 6 milhões. Do montante, diz ter repassado cerca de R$ 460 mil a Rossoni. Detalhou ainda que foi cobrado a pagar mais R$ 140 mil para integrar os 10% da propina combinada. No entanto, a cifra não foi paga porque uma fiscal bloqueou um pagamento de R$ 300 mil para a construtor­a Valor.

Procurada pela FOLHA, a assessoria de imprensa de Rossoni informou que ele estava em viagem ao interior do Estado e que, portanto, só se pronunciar­ia por meio de nota. No documento, o tucano garantiu não existir qualquer irregulari­dade nas obras realizadas em Bituruna. “As obras foram concluídas e estão lá para quem quiser fiscalizar. Sobre os valores referentes à economia da Assembleia Legislativ­a, não há como direcionar recursos para obras específica­s, por tratar-se de um caixa único do Executivo. Valdir Rossoni diz que renuncia imediatame­nte ao cargo público, se houver qualquer prova de envolvimen­to em irregulari­dades nessas obras”.

Rossoni diz que renuncia se houver qualquer prova de seu envolvimen­to Folhapress) (Com

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