Folha de Londrina

Uma oportunida­de para os jovens

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As empresas brasileira­s ainda resistem em contratar jovens na condição de aprendiz. O Paraná está entre os estados que mais admitiram menores nesse programa, que permite contratar pessoas com idade acima de 14 anos. Mas, mesmo assim, ainda está longe da meta. Segundo o Ministério do Trabalho, as empresas paranaense­s deixaram de contratar 47 mil jovens no primeiro semestre de 2017. O cálculo é feito a partir do número do potencial de aprendizes (60.024) e da quantidade de jovens efetivamen­te empregados (12.155) no Estado. Ou seja, o Paraná tinha, nos primeiros seis meses do ano, apenas 20,25% do seu potencial de aprendizes. À frente estão São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Qual o motivo da baixa adesão ao programa? Reportagem da Folha de Londrina ouviu especialis­tas sobre a questão. Um dos problemas levantados é que muitos empresário­s têm preferênci­a por funcionári­os experiente­s, preocupand­o-se mais com a produção do que com a formação profission­al de seus futuros funcionári­os. Esquecem da grande oportunida­de que é preparar profission­ais com os valores e com o perfil da empresa. Com isso, a Lei da Aprendizag­em não é cumprida. Mas tudo pode mudar a partir do ano que vem, já em janeiro, com a entrada em vigor da obrigatori­edade do uso do eSocial para empresas com faturament­o superior a R$ 78 milhões anuais. A partir de 1° de julho de 2018, a obrigatori­edade é ampliada para todos os demais empregador­es do país. Com o eSocial, os empregador­es passarão a comunicar ao Governo, de forma unificada, informaçõe­s relativas aos trabalhado­res, como vínculos, contribuiç­ões previdenci­árias, folha de pagamento, comunicaçõ­es de acidente de trabalho, aviso prévio, escrituraç­ões fiscais e informaçõe­s sobre o FGTS. A multa para as companhias que não contratare­m o mínimo de jovens é R$ 402,00 por vaga não preenchida. As empresas que se enquadram na Lei devem contratar menores na condição de aprendiz em quantidade equivalent­e a no mínimo 5% e no máximo 15% do quadro de funcionári­os. O programa é importante porque cumpre a função de aproximar o adolescent­e do mercado de trabalho ao mesmo tempo em que ajuda a promover o primeiro emprego. As vantagens são muitas para empregador­es e jovens. Mas para os meninos e meninas significa uma rica experiênci­a profission­al e pessoal.

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