Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares vence Nobel da Paz
Escolha coincide com a crescente preocupação em relação ao programa nuclear da Coreia do Norte
A Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares recebeu nesta sexta-feira (6) o Nobel da Paz. Respondendo pela sigla Ican, essa coalizão da sociedade civil promove a implementação do tratado internacional que proíbe esses armamentos. Há 468 organizações envolvidas em 101 países. O prêmio coincide com a crescente preocupação em relação ao programa nuclear da Coreia do Norte, ao qual o governo americano tem respondido com ameaças belicosas. O anúncio também se emaranha nas discussões sobre o acordo nuclear com o Irã, que os Estados Unidos têm criticado durante o mandato de Donald Trump.
Berit Reiss-Andersen, que lidera o comitê do Nobel, afirmou durante o anúncio que o prêmio foi decidido como reconhecimento de “seu trabalho em atrair atenção às consequências humanitárias catastróficas do uso de qualquer arma nuclear”. O Nobel da Paz é acompanhado de uma recompensa equivalente a US$ 1,1 milhão (R$ 3,4 milhões). Em 2016, o vencedor do prêmio foi o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, pelas negociações de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), na tentativa de encerrar os 52 anos de um conflito que já deixou mais de 250 mil vítimas.
Houve para este ano 318 nomeações, entre elas 215 indivíduos e 103 organizações. O nome desses nomeados, no entanto, é mantido em segredo durante 50 anos. Os favoritos deste ano incluíam os voluntários sírios da organização Defesa Civil, a Acnur (Agência das Nações Unidas para os Refugiados), o papa Francisco e o jornalista turco Can Dündar.
O Ican foi criado em 2007, na Austrália, e hoje tem sede na Suíça. Essa campanha é liderada por Beatrice Fihn. Uma de suas inspirações foi a campanha que levou à proi-
“Fomos educados a aceitar que há alguns países bons o suficiente para ter armas nucleares e outros não” bição do uso das minas terrestres em 1997. O orçamento anual é de cerca de US$ 1 milhão, quase o equivalente ao próprio valor dado pelo Nobel da Paz. O completo desarmamento