Esportistas criticam corrupção no COB
A prisão do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro Carlos Arthur Nuzman, por suspeita de participar de um esquema fraudulento para comprar a escolha da sede do Rio de Janeiro nos Jogos de 2016, repercutiu entre esportistas de Londrina. A medalhista olímpica no vôlei e atual gestora Elisângela Almeida de Oliveira enfatizou que a corrupção no esporte somente irá se dissipar quando houver uma mudança no sistema, principalmente, no mandato, que para ela deveria ser de quatro em quatro anos. Nuzman é presidente do COB há 22 anos.
“Enquanto não mudar o sistema estaremos reféns de pessoas como Carlos Arthur Nuzman. Não tem como deixar um presidente de federação ou confederação por tanto tempo no cargo. Os dirigentes precisam ficar em seus postos no máximo por quatro anos e não por tanto tempo como alguns permanecem. No entanto, os dirigentes continuam no poder e destruindo as modalidades com a corrupção”, critica a ex-jogadora.
“Como esportista estou envergonhada. A Olimpíada no Rio no ano passado foi uma forma de muitos dirigentes ganharem dinheiro. As praças esportivas se transformaram em ‘elefantes brancos’ e não são mais utilizados pela população. Infelizmente, o povo brasileiro se acostumou a sofrer com o descaso e com a corrupção e precisamos mudar isso senão futuramente não teremos mais algumas modalidades”, complementa.
O presidente da Fundação de Esportes de Londrina, Fernando Madureira, que já presidiu a Federação Paranaense de Taekwondo e foi técnico da seleção brasileira de taekwondo, também concorda que a gestão dos dirigentes deve durar por no máximo dois mandatos. “Essa investigação limpará o COB e teremos esses resultados somente nas Olimpíadas de 2024, pois em 2020 acredito que somente os atletas independentes irão ter resultados expressivos”, avalia.
(André Bueno/Grupo Folha)