LUIZ GERALDO MAZZA
Declaração de Eunício leva jeito de ameaça, que naturalmente terá resistência e acolhimento no STF.
O fato de a Associação Comercial ter enviado mensagem aos deputados implica na presunção de que não haveria mais espaço para o diálogo com o Executivo”
O melhor procedimento agora seria o governo retirar a mensagem que mexe no ICMS das micros e pequenas empresas dada a confusão reinante em torno dos seus propósitos. Seria uma forma de restabelecer a relação normalmente cordial entre o poder público e a representação das várias gamas do empresariado e fazer a competente e cuidadosa avaliação dos seus efeitos numa economia ainda fortemente contaminada pela ferrugem recessiva.
Ocorre que, o fato de a Associação Comercial ter enviado mensagem aos deputados implica na presunção de que não haveria mais espaço para o diálogo com o Executivo face à obviedade do fato consumado do projeto encaminhado e sob inspiração do comandante em chefe da operação de ajuste fiscal. Insinuou-se que o governador, em Londrina, teria admitido a hipótese da retirada e restabelecido o cenário para uma ampla discussão. Ademais a ausência de clareza favorece a intermediação de pescadores de águas turvas.
O deputado federal João Arruda, relator da matéria equivalente do plano nacional, afirma que o secretário Mauro Ricardo, da Fazenda, daria interpretações que confundiam o próprio governador, já que o alinhamento pretendido implicará em alta da carga tributária.
Glaucio Geara, presidente da Associação Comercial do Paraná, já esteve do outro lado do balcão, pois comandou por algum tempo a pasta fazendária e conhece a cultura do setor voltada para a maior eficiência possível e nesse momento, mais do que em qualquer outro, ela se traduz em necessidade imperiosa de ampliar os níveis de arrecadação ora sob sufoco, mas de outro lado o empresariado sensível a ser alcançado está há muito com a sua capacidade contributiva mais do que superada. E é em nome desses pequenos empresários, que geram tantos empregos, que a ACP está agindo.