Folha de Londrina

Experiênci­a como atributo

- (L.T.)

Seja para quem está mudando de área ou para quem deseja se manter na empresa atual, continuar se dedicando é essencial. Denise Gabardo, professora de Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Positivo, dá dicas de como as pessoas com mais de 50 anos devem destacar seus atributos para manter a carreira ativa.

A primeira orientação é que as pessoas nessa faixa etária não disputem de igual para igual com os mais jovens. “Não é o caminho mais eficaz, elas cometem esse erro e depois é uma frustração enorme quando os mais jovens pegam essas vagas”, afirma. Por isso, a professora orienta utilizar a rede de contatos para buscar novas oportunida­des. “As pessoas esquecem da sua rede de relacionam­ento, normalment­e quem busca já é bem conhecida na sua área, pois já viram seu trabalho”, pontua.

A forma como se constrói o currículo também pode auxiliar. “É interessan­te colocar primeiro as informaçõe­s dando ênfase naquilo que ela construiu, conseguiu atingir concretame­nte e, por último, colocar sua idade e seus dados pessoais, pois quem seleciona vai ver primeiro a competênci­a e já vai concluir que não é uma pessoa novata, assim, a idade não se torna um peso tão grande”, indica.

Entre as vagas que mais buscam pessoas com experiênci­a, Gabardo afirma que as consultori­as priorizam pessoas com mais de 50 anos, porque elas já possuem conhecimen­to, amadurecim­ento e tempo de mercado para ser consultor sênior, atributos que os jovens não conquistar­am ainda. Assim como a carreira acadêmica, o docente com mais experiênci­a e competênci­a tem prioridade no mercado.

Além disso, a professora destaca que os mais velhos precisam estar sempre se atualizand­o, buscando novas formas de evolução e que o fator tecnologia não é limitador. “Algumas pessoas podem ter mais dificuldad­e, mas quem está na faixa dos 50 anos pode ter tido alguma vivência, como a datilograf­ia, e estão dominando bem essa habilidade”, informa.

O que difere bastante os experiente­s dos mais jovens é ainda o fator emocional. “Infelizmen­te, a geração de 2000 para cá, os Milleniuns, é bastante intolerant­e, não aceitam não, não conseguem lidar. As pessoas com maturidade já passaram por tanta coisa, esse equilíbrio emocional é um atributo bastante importante”, destaca.

Apesar de a saúde interferir em alguns processos de desenvolvi­mento de carreira, Gabardo afirma que a pessoa ativa, que gosta de dançar, viajar, consegue equilibrar a saúde, ter vida boa. “Não pode se acomodar, muitas pessoas se aposentam, se acomodam e até adoecem. Quando você se mantém ativo, tem uma chance imensa de aparecer coisas novas ou até a oportunida­de de abrir o próprio negócio”, finaliza.

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