Folha de Londrina

Operação prende 108 suspeitos de disseminar pornografi­a infantil e pedofilia na internet. No Paraná, foram seis prisões

Prisões ocorreram no Paraná e em outros 23 Estados e no Distrito Federal

- Luiza Mello Franco Folhapress Rio

- Uma operação do Ministério da Justiça e Segurança Pública deflagrada nesta sexta-feira (20) prendeu um total de 108 pessoas suspeitas de disseminar conteúdo de pornografi­a infantil e pedofilia na internet. As prisões ocorreram no Paraná e em outros 23 Estados e no Distrito Federal. Dois Estados - Amapá e Piauí - não participar­am porque não conseguira­m concluir as investigaç­ões em tempo hábil, mas devem fazê-lo nas próximas semanas. Foram expedidos 178 mandados de busca e apreensão, que resultaram em 97 prisões em flagrante. A operação seguia em andamento na noite desta sexta, por isso o número de prisões poderia aumentar.

No Paraná, a operação integrada Luz na Infância ocorreu em Curitiba, Maringá e Londrina para cumprir nove mandados de busca e apreensão. Destes, seis pessoas foram presas em flagrante, sendo cinco prisões em Curitiba e uma Maringá, onde foi detido um homem de 29 anos.

Já em Londrina um mandado de busca e apreensão foi cumprido, o que resultou no recolhimen­to de diversos materiais que serão encaminhad­os para análise. Outros equipament­os tecnológic­os foram apreendido­s com os suspeitos presos em Curitiba e Maringá, material que também será encaminhad­o para o Instituto de Criminalís­tica.

No território paranaense, a operação Luz na Infância foi coordenada pelo Nuciber (Núcleo de Combate ao Cibercrime­s) e pelo Nucria (Núcleo de Proteção a Criança e Adolescent­e Vítimas de Crime), com o apoio da Agência de inteligênc­ia da Polícia Civil, e contou com a participaç­ão de mais de 40 policiais destas unidades e dos Nucrias de Londrina e Maringá, do Tigre (Grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial), do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais), além da Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos).

São Paulo teve o maior número de mandados expedidos, 40, dos quais ao menos 25 foram cumpridos. No total, foram identifica­dos mais de 151 mil arquivos com conteúdo de pedofilia - cenas de sexo explícito com a participaç­ão de crianças que eram compartilh­ados entre os suspeitos.

A lei diz que apenas armazenar esse tipo de material já configura crime. Os suspeitos tanto armazenava­m quanto compartilh­avam esse material. Em alguns casos, também o produziam. “O próximo passo da investigaç­ão é ver qual era a relação entre eles, que tipo de conexão e colaboraçã­o havia”, disse o ministro da Justiça, Torquato Jardim, em entrevista.

COLABORAÇíO

A operação foi descrita pelo Ministério da Justiça como a maior que já houve no Brasil e na América Latina. A investigaç­ão durou seis meses. Até então, a maior no Brasil havia sido a operação Carrossel 2, deflagrada em 2008, que resultou no cumpriment­o de 113 mandados de busca e apreensão em 17 Estados.

A operação desta sexta, intitulada Luz na Infância, foi coordenada pela Diretoria de Inteligênc­ia da Secretaria Nacional de Segurança Pública e teve a colaboraçã­o de autoridade­s americanas e europeias, que contribuír­am compartilh­ando software e arquivos.

As informaçõe­s obtidas foram, então, passadas para as polícias civis de todos os Estados do País, que instaurara­m inquéritos e pediram à Justiça autorizaçã­o para executar os mandados de busca e apreensão que vieram à tona nesta sexta-feira.

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Marcell Roncon/Futura Press/Estadão Conteúdo Operação Luz na Infância é considerad­a pelo Ministério da Justiça como a maior ação de combate à pedofilia já realizada na América Latina

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