Folha de Londrina

Medo é União deixar acionistas só com dívida

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Entre os vários desfechos possíveis para o processo que a Sercomtel enfrenta na Anatel (Agência Nacional de Telecomuni­cações), o que mais assusta os ex-presidente­s da estatal londrinens­e é que a União assuma e leiloe a companhia, fique com o valor da compra e deixe as dívidas para os acionistas. Neste caso, sim, eles acreditam que o valor consolidad­o poderia chegar a R$ 800 milhões, divididos em 55% para a Prefeitura de Londrina e 45% para a Copel.

Por mais injusto que pareça, não se trata de um cenário com poucas chances de ocorrer, diz João Rezende, ex-presidente da companhia e da Anatel. “A intervençã­o tradiciona­l é aquela em que a União assume todas as dívidas, inclusive dos acionistas, mas que acho difícil que vá se repetir perante a crise fiscal que governo federal tem”, diz.

Se não assumir a dívida, a União poderia intervir nas operações, contratar uma empresa para administra­r a concessão de telefonia fixa e afastar acionistas e executivos da empresa. “O problema é o Tesouro levar essa dívida e, por isso, Oi e Sercomtel terão de rever modelo”, completa Rezende.

Para Christian Schneider, não bastará fazer pressão política sobre governo estadual e federal para salvar a Sercomtel, sem que se proponha ações concretas. “Tínhamos de juntar forças, chegar na Anatel e dizer que vamos colocar R$ 15 milhões na Sercomtel para suspender o processo de caducidade, até que a própria Anatel estude a melhor solução. Se for para vender, vamos vender.”

A alternativ­a de vender a empresa à Copel, para estadualiz­ar os serviços da Sercomtel ou mesmo receber investimen­tos parece distante. “A Copel nunca quis ser sócia da Sercomtel. Pessoalmen­te, fui portador de um oficio emitido pelo então prefeito Nedson Micheletti à Copel, para manifestar a concordânc­ia na venda de 5% do capital da Sercomtel para a Copel, que lhes daria o controle acionário, e não houve resposta até o dia 31 de dezembro de 2008”, diz o gestor da empresa na época, Gabriel Ribeiro de Campos.

A Copel nunca quis ser sócia da Sercomtel”

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