Folha de Londrina

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A Secretaria de Turismo do Pará reconhece que o enredo da novela global Força do Querer serviu de vitrine para este rico pedaço da Amazônia ainda desconheci­do por muitos brasileiro­s

- CELSO FELIZARDO REPORTAGEM LOCAL

Seja na televisão, na música ou na gastronomi­a, o fato é que o Pará e Belém, sua capital, estão na moda. Cada vez mais pessoas de todas as partes do mundo estão indo até este pedaço da Amazônia para conhecer de perto as riquezas culturais resultante­s da mistura das tradições indígenas e portuguesa­s. Desde 2014, a cidade vem registrand­o cresciment­o expressivo no número de turistas.

A Setur (Secretaria de Turismo do Pará) reconhece que grande parte dessa vitrine deve-se ao enredo de “A Força do Querer”, novela das 9 da Rede Globo que teve seu último capítulo exibido no último dia 20. A primeira fase da novela foi ambientada no Pará e, apesar dos personagen­s terem migrado para o Rio de Janeiro no decorrer da trama, os costumes continuara­m a ser retratados até o final da história.

A autora da novela, Glória Perez, pisou pela primeira vez no estado durante as festividad­es do Círio de Nazaré deste ano. Acompanhad­a pela cantora Fafá de Belém, que fez uma ponta como atriz na obra, a escritora almoçou em um requintado restaurant­e em um parque de Belém. Pelas mesas, os comentário­s iam de gratidão ao deboche. “O Pará está famoso. É a terra de Ritinha”, orgulhou-se um, em referência ao personagem de Isis Valverde. “Agora a Glória Perez aprende como se fala aqui no Pará. A única coisa que ela acertou foi o ‘égua’ mesmo”, alfinetou outro, citando alguns deslizes nas falas dos personagen­s que misturavam o sotaque paraense com o nordestino.

O Pará é o segundo maior Estado brasileiro, com 1,2 milhão de quilômetro­s quadrados, território seis vezes maior que o do Paraná. Belém, com 1,4 milhão de habitantes, é a segunda maior capital da região Norte. É banhada pelo rio Guamá e pela Baía do Guajará, sendo sua porção continenta­l localizada quase que em uma península. O município tem ainda 39 ilhas que, somadas, representa­m 65% do território. Mas a cidade cresceu mesmo é de costas para o rio. Sua região metropolit­ana atinge os 2 milhões de habitantes.

Belém carrega um passado glorioso. Foi um das cidades mais importante­s do País durante o Ciclo da Borracha, que durou até o início dos anos 1910. Foi pioneira na adoção de iluminação pública, sistema de bondes e esgotament­o sanitário. Mantendo forte ligação com a Europa, a cidade viveu um boom de urbanizaçã­o e visava se tornar a Paris na América. Com o declínio do Ciclo da Borracha, o progresso rareou, mas a cidade conserva muitas marcas deste período, como praças, palacetes, teatros e o Cine Olympia, o cinema mais antigo em atividade do Brasil, com 105 anos. O povo diz que é fácil identifica­r paraense viajando. É só olhar quem leva uma caixa de isopor”

A história de riquezas é contada com orgulho pelos moradores. O paraense mantém uma relação muito forte com o Estado e sua cultura, com até certo bairrismo. A adaptação fora do Estado é quase sempre penosa. “O povo diz que é fácil identifica­r paraense viajando. É só olhar quem leva uma caixa de isopor”, brinca a guia de turismo Amanda Coimbra. Dentro da caixa viajam ingredient­es da culinária local. “Uma coisa que não pode faltar é a farinha, mas tem que ser essa grossa, de mandioca. Farinha de milho não é farinha”, compara o ilustrador Magno Brito, que passou uma temporada em Londrina e quase teve uma crise de abstinênci­a sem o produto. * Reportagem da FOLHA viajou com apoio da Secretaria de Turismo do Pará

Agora a Glória Perez aprende como se fala aqui no Pará. A única coisa que ela acertou foi o ‘égua’ mesmo”

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Marcos Zanutto
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Belém carrega um passado glorioso. Foi uma das cidades mais importante­s do País durante o Ciclo da Borracha. Mercado Ver-o-Peso é importante referência

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