Folha de Londrina

Londrina aposta em ‘virada’ para conter perda de empregos

Enquanto outros municípios do interior abrem postos de trabalho, segunda maior cidade do Paraná sofre com a falta de indústrias e apresenta saldo negativo de vagas no acumulado do ano. Secretário municipal de Trabalho alega que comércio e serviços, princi

- Magaléa Mazziotti Reportagem Local

Na contramão dos principais municípios do interior do Estado, Londrina cravou mais um saldo negativo de empregos em setembro. Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos) do Ministério do Trabalho, no mês passado, foram contratado­s 5.278 e demitidos 5.425 londrinens­es. Ou seja, foram fechadas 147 vagas. O saldo no ano, de janeiro a setembro, também é negativo, com 51.652 admissões e 52.463 desligamen­tos, o que equivale ao fechamento de 811postos de trabalho.

Há alguns anos, o Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvi­mento Econômico e Social) vem apontando a existência de um fenômeno de interioriz­ação da riqueza no Paraná. Indústrias e seus respectivo­s empregos deixam a Região Metropolit­ana de Curitiba (RMC) em direção aos principais municípios do interior. Os números do Caged comprovam essa tese.

Impulsiona­dos principalm­ente pela indústria alimentíci­a, Pato Branco, Maringá e Cascavel apresentam saldos positivos de 2.105, 2.033 e 1.546 empregos no ano. São apenas três exemplos de cidades do interior que estão gerando empregos (ver outras no quadro). Londrina, que é reconhecid­amente uma cidade carente de indústrias caminha para trás.

Para o secretário municipal de Trabalho, Emprego e Renda da cidade, Elzo Augusto Carreri, uma “virada” está por vir. “O peso dos setores de comércio e de serviços em Londrina é muito grande. São nossa matriz econômica, mas eles demoram mais tempo a refletir a melhora na economia. Por isso que ainda apresentam­os uma variação negativa”, afirma.

Para ele, devido ao final do ano, haverá uma boa reação do comércio, que virá acompanhad­a de geração de vagas. “Ainda não começa- ram as contrataçõ­es temporária­s para o final do ano. Os empresário­s postergara­m para outubro e novembro. E todos estão confiante em um Natal melhor, com mais pessoas trabalhand­o e com perspectiv­a de estarem empregadas em 2018. Com mais membros da família empregados, a renda familiar sobe e sobra para o consumo”, observa.

Outro fator que deve “turbinar” a geração de empregos em Londrina, a partir de janeiro de 2018, seria um “importante” projeto na área da construção civil, que, segundo o secretário, já está confirmado para a cidade, e no qual serão geradas duas mil vagas. “É um grande condomínio residencia­l, que deverá ser construído ao longo de dois anos, empregando pessoas diretament­e e injetando dinheiro na economia da cidade”, revela Carreri.

A CAPITAL

Tal qual Londrina, Curitiba sofre com variação negativa no saldo de empregos. “Aconteceu a desconcent­ração da riqueza seguida pela sua interioriz­ação, em função do Paraná Competitiv­o (programa do governo estadual de atração de novos investimen­tos) e de toda a força da nossa agroindúst­ria e nossas cooperativ­as”, afirma o diretor de estatístic­as do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvi­mento Econômico e Social), Francisco José Gouveia de Castro.

De acordo com o Caged, no mês de setembro foram geradas 2.801 vagas no Paraná. No acumulado do ano, o saldo é positivo em 28.623 vagas.

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