Folha de Londrina

Veto deve ser a comportame­ntos de risco

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O ativista pelos direitos da comunidade LGBTI, Toni Reis, participou do primeiro dia de julgamento da ação que questiona as normas do Ministério da Saúde e da Anvisa em relação à proibição de homens homossexua­is e bissexuais doarem sangue por 12 meses após a última relação sexual. Presidente da Aliança Nacional LGBTI e diretor executivo do grupo Dignidade, Reis explica que o grupo também atua como “amicus curiae” na causa. “O tom do voto do relator Edson Fachin foi muito favorável. Acreditamo­s que teremos os seis votos favoráveis para derrubar a proibição”, declarou.

Reis relata que a briga para eliminar discrimina­ção nos processos de doação de sangue começou em 1993. “Tivemos várias reuniões e audiências com o Ministério Público e Anvisa para que modificass­em essa resolução, mas nunca houve acordo”, apontou. Segundo ele, a comunidade LGBTI quer que a doação seja vetada a todas as pessoas que tiverem comportame­nto de risco, independen­temente da orientação sexual. “Lutamos para sejam investigad­as práticas sexuais inseguras, mas não aceitamos que toda uma população seja estigmatiz­ada”, disse, referindo-se a homossexua­is e bissexuais. “A aids atinge a todos, não é exclusivid­ade dos gays”, reforçou.

O presidente da Aliança LGBTI também defende que só quem sabe sobre o preconceit­o é quem sente na pele. “Os gays fazem parte da sociedade e têm pais, filhos e irmãos que podem precisar de sangue. É papel dos movimentos derrubar toda e qualquer lei, resolução ou documento que segregue, discrimine ou estigmatiz­e essa comunidade.”(C.A.)

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