Folha de Londrina

Governo estuda mudar regra e preço da energia pode subir

- Luciana Collet Agência Estado

A permanênci­a de um quadro de chuvas fracas e reservatór­ios baixos está preocupand­o o governo e já provoca reavaliaçã­o da metodologi­a de acionament­o das bandeiras tarifárias, que aumenta o preço cobrado pela energia no momento em que as usinas termoelétr­icas são ativadas. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve discutir o assunto em reunião marcada para esta terça-feira, 24. Uma das opções na mesa é a revisão no processo, acarretand­o em aumento no preço da conta para o consumidor final.

O diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, admite que deve abrir uma audiência pública para reavaliar o instrument­o da bandeira tarifária. Atualmente, a metodologi­a considera o valor do Custo Marginal de Operação (CMO) para o próximo mês, mas o executivo considera que esse valor é muito volátil e defende que também seja considerad­o o nível de armazename­nto. “É o que mais importa, olhando para o futuro, qual é de fato a condição de atendiment­o da carga.”

Segundo Rufino, isso poderia evitar uma bandeira verde como a observada em meados do ano, quando já se esperava uma hidrologia desfavoráv­el durante o período seco e um forte consumo dos reservatór­ios. A nova metodologi­a, disse ele, deve entrar em vigor no ano que vem.

A Aneel afirma que a receita provenient­e das cobranças adicionais de bandeiras tarifárias não serão suficiente­s para cobrir os custos extraordin­ários com o risco hidrológic­o e a geração termelétri­ca que se observa neste ano, o que tende a influencia­r os reajustes tarifários do próximo ano.

Somente entre janeiro e agosto de 2017, o risco hidrológic­o já custou R$ 7,6 bilhões, segundo levantamen­to feito pela TR Soluções, com base em números divulgados pela Aneel, e a tendência é de um cresciment­o expressivo nos meses sucessivos, tendo em vista a piora do cenário hídrico e a consequent­e elevação dos preços da energia no curto prazo.

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