Folha de Londrina

O cresciment­o

Palestrant­e principal do EncontrosF­olha defende que o momento é de usar as lições aprendidas com a crise para se desenvolve­r

- Carolina Avansini

Reportagem Local

Acrise econômica que assolou o Brasil nos últimos anos dá sinais de que pode estar chegando ao fim. As micros e pequenas empresas que sobreviver­am à recessão enfrentam agora o importante desafio de retomar o cresciment­o e aplicar as lições aprendidas nos tempos de turbulênci­a econômica para tornar as empresas cada vez mais sustentáve­is.

Marco Antonio Nascimento Cunha, consultor nas áreas de gestão e finanças, docente em cursos de pós-graduação em gestão empresaria­l e gestão financeira na ISAE/FGV e diretor Financeiro do Grupo Mercadomov­eis é o convidado do EncontrosF­olha para a palestra principal do evento. Doutorando em Administra­ção na Universida­de Federal de Possadas (Argentina), mestre em Gestão Empresaria­l pela Fundação Getúlio Vargas e farmacêuti­co pela Universida­de Estadual de Ponta Grossa, ele vai usar a ampla experiênci­a profission­al nas áreas de varejo, agronegóci­o e construção civil para apontar caminhos para os pequenos negócios.

Otimista, Cunha acredita que os próximos cinco anos serão de cresciment­o econômico. “Temos condições para isso”, afirma, diante da conjuntura de baixa inflação e taxas de juro reduzidas. Neste cenário, é preciso se preparar para aproveitar oportunida­des. “Os empresário­s estão machucados, desmotivad­os, mas precisam acreditar no Brasil que dá certo. É hora de deixar o Brasil errado de lado e acreditar no que pode dar certo para sua empresa. É hora de buscar resultados”, pede.

O palestrant­e lembra que o País passou por forte ciclo de cresciment­o nos anos 2000, o que garantiu bons resultados mesmo às empresas com deficiênci­as de gestão. A crise obriga a baixar preços e impõe uma realidade de menos vendas. A única solução é fazer mais com menos, ou seja, aumentar a eficiência para sobreviver.

As oportunida­des pós-crise, portanto, serão mais generosas com quem foi mais eficiente. Ele lembra que muitas micros e pequenas empresas (MPE) enxugaram a estrutura, reduziram operações, endividame­nto e até despesas pessoais dos donos, eliminaram produtos que não davam muito resultado e persistira­m. “Esses podem acreditar no futuro”, garante.

Não significa, porém, que não haverá necessidad­e de mudanças. “O empresário precisará entender que a demanda pode mudar. Quem pensar no futuro do negócio e investir em tecnologia­s mais modernas, que imponham menos custos, terá mais chances de crescer”, reforça, lembrando que a rapidez é essencial para se adequar. “Só uma coisa não muda. Quem tem produto de qualidade, bom atendiment­o e preço justo sempre terá clientes.”

Já as empresas endividada­s, ou que não conseguira­m manter equipes qualificad­as por causa da crise terão que desenvolve­r o que Cunha chama de “olhar técnico”. “É imperativo fazer um diagnóstic­o claro da realidade e um plano de negócios sensato, em harmonia com o dia a dia da empresa”, ensina. A criativida­de também é importante para se recuperar em um contexto onde falta capital de giro, mão de obra qualificad­a e produção defasada. “É possível terceiriza­r a produção, ganhar menos, mas continuar atendendo o cliente”, exemplific­a.

Analisar item a item e identifica­r o que realmente traz resultado ajuda a questionar os próprios processos. “Também é preciso sair da cadeira e ir para a rua. Quem vai atrás sempre encontra clientes.”

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Divulgação Em sua palestra Marco Antonio Nascimento Cunha aponta caminhos para os pequenos negócios

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