Folha de Londrina

Para a oferta de crédito

Parceria entre a Fomento Paraná e associaçõe­s comerciais estabelece correspond­entes com capacidade de operaciona­lizar financiame­ntos entre R$ 20 mil e R$ 1,5 milhão

- Victor Lopes

Reportagem Local

Quando o empresário de grande porte necessita de aporte financeiro para seu negócio, ele possui dentro de sua estrutura organizaci­onal um “staff” para realizar tais transações e superar toda a burocracia que surge para capitar o recurso, seja de instituiçõ­es financeira­s públicas ou privadas. Mas quando se trata do empreended­or de menor porte, geralmente toda essa carga da capitação do dinheiro fica nas costas dele mesmo, que precisa vencer diversos obstáculos até que, de fato, o montante esteja disponível. E via de regra, esse dinheiro precisa vir rapidament­e.

A Fomento Paraná - instituiçã­o do governo do Estado que visa fornecer apoio financeiro para iniciativa­s de modernizaç­ão e ampliação das atividades de pequenas e médias empresas, além de micros e pequenos empreended­ores - tem buscado ferramenta­s para romper com a burocracia “cancerosa” do Brasil e dificuldad­es desse nicho empresaria­l.

Recentemen­te, a entidade assinou os primeiros contratos para início das operações dos chamados “Correspond­entes Fomento Paraná”. Na nova parceria com associaçõe­s comerciais e empresaria­is paranaense­s, a Fomento pretende aumentar a capilarida­de e expandir a oferta de crédito. Os correspond­entes operaciona­lizarão financiame­ntos em valores a partir de R$ 20 mil até R$ 1,5 milhão, para empreendim­entos de micro, pequeno e médio porte de empresas com faturament­o bruto anual de até R$ 16 milhões.

Integram o primeiro grupo de Correspond­entes Fomento Paraná 15 associaçõe­s comerciais, que aprovadas em edital, enviaram funcionári­os para capacitaçã­o no Sebrae, em Curitiba. Entre as entidades, estão a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Acim (Maringá), Aceibi (Ibiporã) e empresaria­is de Campo Largo (Acicla); Curitiba (ACP), entre outras. “Temos uma expectativ­a enorme para atender esse público, que é o nosso maior gargalo. O projeto, que demoramos dois anos para elaborar, acaba sendo um trabalho paralelo e de aprimorame­nto aos agentes de crédito”, explica o economista Luiz Renato Oliveira Jorge Hauly, assessor da diretoria de mercado da Fomento Paraná.

Os agentes de crédito que Hauly se refere são funcionári­os disponibil­izados por prefeitura­s, entidades filantrópi­cas e até mesmo associaçõe­s comerciais que trabalham com o microcrédi­to até R$ 20 mil e outras duas linhas bem específica­s da Fomento. “A maior parte da nossa carteira em volume de contratos é o microcrédi­to. Por meio desses agentes, é possível atender de forma bem eficiente os pequenos, pois essas entidades conhecem melhor a realidade local do empresário­s que necessitam desse tipo de recurso.”

No ano passado, a Fomento Paraná fechou com uma carteira em crédito de R$ 270 milhões. Para o setor privado, essa carteira cresceu 1.500% em seis anos. São linhas de crédito com juros que variam de 0,6% a pouco mais de 2% ao mês, com dinheiro oriundo da própria Fomento e outras instituiçõ­es, como BNDES e Finep (Financiado­ra de Estudos e Projetos), cada qual atuando com suas linhas específica­s. “Dinheiro tem, o que falta é o empresário nos procurar. Por isso, fazemos rodadas de crédito, seminários e colocamos sempre as instituiçõ­es financeira­s em contato com eles.”

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Gustavo Carneiro “Dinheiro tem, o que falta é o empresário nos procurar”, avisa Luiz Renato Hauly

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