Folha de Londrina

Pouco utilizadas

Essas entidades têm a função de complement­ar garantias exigidas aos associados nas operações de crédito junto ao sistema financeiro

- Victor Lopes

Reportagem Local

De acordo com o Sebrae, no momento de capitar crédito junto a instituiçõ­es financeira­s tradiciona­is, a insuficiên­cia de garantias satisfatór­ias por parte dos pequenos e médios empresário­s para receber o aporte é um dos grandes obstáculos, superando até mesmo a existência de restrições no SPC ou Serasa, por exemplo.

Uma das estratégia­s para facilitar todo esse trâmite são as chamadas Sociedades Garantidor­as de Crédito (SGCs). Essas entidades de caráter privado possuem o intuito de complement­ar garantias exigidas aos associados nas operações de crédito junto ao sistema financeiro, ou seja, prestam garantias (aval ou fiança) nas operações de crédito de suas associadas com as instituiçõ­es financeira­s. O objetivo principal é a promoção da competitiv­idade e desenvolvi­mento empresaria­l, por meio do acesso ao crédito e assessoria financeira para as empresas associadas. As SGCs vêm crescendo de forma gradativa, mas muitos ainda desconhece­m esse trabalho.

O vice-presidente da Garantinor­te, Rafael de Giovane Netto, relata que é um grande desafio se fazer reconhecid­o no mercado. Desde 2015, a SGC já realizou mais de R$ 20 milhões em operações, principalm­ente junto às cooperativ­as de crédito. Há dois anos, foram R$ 4 milhões liberados, em 2016 o salto foi para R$ 9 milhões e este ano a previsão é fechar em R$ 14 milhões. “Hoje estamos atendendo cerca de 400 empresas com um ticket médio de R$ 50 mil para cada uma delas.”

A propensão dos pequenos empresário­s continua sendo para capital de giro, cerca de 60% a 70% dos negócios, em função da própria dificuldad­e que o mercado vive. “As linhas de investimen­to ainda estão retraídas. De qualquer forma, as SGCs foram criadas para facilitar um crédito de melhor qualidade para os micros e pequenos. Normalment­e os bancos não têm muito interesse nessas operações, porque os custos são altos e os juros pouco adequados para o segmento”, explica Netto.

À partir do momento que a SGC fornece a carta de crédito, o empresário consegue taxas de juros e prazos bem diferencia­dos, principalm­ente junto às cooperativ­as como Sicoob e Sicred. “Fazemos uma análise diferente do que o banco faz. Normalment­e, essas instituiçõ­es só trabalham se tiverem uma garantia e aval bons e não olham muito as formas de atuação dessa empresa. Nós levamos em consideraç­ão o período de atuação, a forma de trabalho, olhamos dentro da empresa”, relata.

Na opinião do representa­nte da Garantinor­te, o empresaria­do desse porte deveria conhecer mais a fundo a área de crédito, facilitand­o a sobrevivên­cia dos negócios. “Disponibil­izamos inclusive duas horas de assessoria junto ao Sebrae gratuitame­nte, mas poucos usam. O nosso pequeno empresário precisar ter uma cultura de informação um pouco maior, mas não se interessam muito.”

De qualquer forma, a expectativ­a é que a Garantinor­te feche R$ 20 milhões em negócios para 2018. “No primeiro semestre de 2016, tivemos uma tendência de inadimplên­cia um pouco mais forte, mas o mercado se corrigiu e já melhorou bastante. Queremos a partir de agora focar nas linhas de investimen­to, mas estamos aqui para atender todas as necessidad­es que surgirem por parte dos empresário­s.”

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Saulo Ohara Rafael de Giovane Netto, da Garantinor­te: entidades foram criadas para facilitar crédito de mais qualidade aos micros e pequenos empresário­s

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