Folha de Londrina

Da prosperida­de

Conheça a turma que manteve a batuta na mão para orquestrar seus planos de negócio alheia à conjuntura desfavoráv­el

- Magaléa Mazziotti

Reportagem Local

Independen­temente da conjuntura político-econômica, eles seguiram em frente e estão fazendo acontecer a cada novo dia de trabalho intenso. Esse é o elo que liga cinco empreended­ores ouvidos pela FOLHA e que, ao invés de ancorarem as próprias vidas e seus negócios à crise, decidiram investir e expandir em um cenário completame­nte adverso do lado de fora.

Se o cliente não vem até ele, o MEI Luiz Fernando Gonçalves Silva, 24 anos, vai até o cliente oferecendo o item certo para cada necessidad­e. Esse foi o trunfo que o jovem utilizou para fazer dar certo o plano de ter o próprio negócio, mesmo no epicentro da crise. Confiante no sucesso, um ano depois do início da atividade, em meados de 2016, ele pediu demissão do emprego com carteira assinada para se dedicar integralme­nte à expansão da empresa.

E conta que usou da velha prática de bater de porta em porta de empresas do setor moveleiro da região Norte e do Estado de São Paulo em busca de clientes. “Quem quer vender, não pode ficar esperando atrás do balcão”, aconselha.

O empreended­or diz que sempre quis ter um negócio próprio. A vontade transformo­u-se em realidade quando conheceu o “amigão” Marcelo, na empresa que trabalhou de 2010 a 2014. “Lá, tive a oportunida­de de passar por todos os setores. Só faltou vendas, no qual o Marcelo atuava há 17 anos. Ele é tão bom nisso que costumo dizer que vende gelo para esquimó”, elogia. Os dois se juntaram para abrir a empresa. A sociedade foi desfeita porque Marcelo precisou se mudar para o município de Cantagalo para acompanhar a esposa que havia passado em um concurso público.

Além desse passo corajoso frente ao cenário de incertezas na economia, ele decidiu investir em um endereço no centro de Ibiporã, com estacionam­ento, para receber a clientela que prefere ir à loja. “Temos corrediças, parafusos, tinner, etc. Tudo que é demandado.”

Entusiasma­do com os rumos da MDL, que já atende 15 cidades entre Paraná e São Paulo, o microempre­endedor revela “que não vê a hora de pagar mais imposto para o governo, por ser indicador de cresciment­o”. “Estamos quase mudando de faixa. Eu e minha esposa (Daniele), que é uma craque contábil, estamos preparando essa virada de MEI para uma nova faixa de tributação e, depois, passaremos a contratar funcionári­os”, avisa.

OBSTINADOS

Uma combinação de talento, capacitaçã­o e obstinação por inovar. Esses são os pilares da Abra Inova, que, como o microempre­sário Bruno Guida Coutinho ressalta, leva no nome o verbo abrir no imperativo justamente por ter a inovação como palavra de ordem. A microempre­sa de Cambé, que fabrica e personaliz­a abridores de garrafas e acessórios de alumínio, chegou ao mercado produzindo um objeto inovador, devidament­e patenteado por Bruno e seu ex-sócio Lucas Speisla. “Cursamos desenho industrial e desde a faculdade perseguíam­os o sonho de trazer algo novo para o mercado. Essa ideia surgiu quando fui presentead­o com um modelo de abridor diferente trazido da Alemanha pelo meu ex-patrão e grande apoiador do projeto”, conta.

A habilidade de Bruno em extrusão de alumínio e o talento de Lucas em design de produtos resultaram no modelo Tsss de abridor de garrafa fixo. “Nunca investi nada. Quando chegamos ao modelo do que queríamos produzir não tínhamos um centavo para investir, mas meu patrão ficou tão encantado que financiou as ferramenta­s e o molde para a produção do primeiro lote.”

Até hoje, todo o cresciment­o da empresa é financiado pelo lucro gerado por ela desde 2013. “Claro que senti receio de deixar um emprego de oito anos para me dedicar ao negócio, mas foi inevitável, pois exige dedicação integral”, comenta.

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Bruno Guida Coutinho: “Claro que senti receio de deixar um emprego de oito anos para me dedicar ao negócio, mas foi inevitável”

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