Folha de Londrina

Pão e pudim

Negócio que hoje sustenta 22 famílias começou como complement­o de renda

- Magaléa Mazziotti

Reportagem Local

Ocasal Edivaldo e Patrícia Pires produziram pães de queijo durante 14 anos para complement­ar a renda que tinham como professore­s. Hoje, essa atividade que era complement­ar responde pelo sustento deles e de 22 famílias de Cornélio Procópio, cidade onde está instalada a Du Gab, microempre­sa em franca expansão.

Neste ano, o investimen­to foi em automação, já que a ideia é ampliar o mercado de atuação. Os 50 mil quilos produzidos por mês (40 mil em pães congelados e 10 mil de massa fresca) são fornecidos pela frota da própria empresa num raio de 200 km de Cornélio Procópio. Para dobrar o alcance e a produção, a Du Gab precisava corrigir o gargalo do empacotame­nto que se dava de forma manual. “No próximo ano, o foco será na divulgação da marca”, avisa Edvaldo.

Cada passo da organizaçã­o conta com planejamen­to de um casal que deixou anos de magistério, em 2007, para se dedicar integralme­nte à empresa. “Além da satisfação de ser parte dessa evolução, sentimos estar deixando um legado para o nosso filho Gabriel, que inspirou o nome da marca e de contribuir para uma cidade com a nossa”, afirma.

Segundo ele, em Cornélio, há três grandes empresas empregador­as. “Mas negócios como os nossos são essenciais para cidade, até por haver um vínculo muito maior, apesar de não termos os mesmos incentivos”, avalia.

Edvaldo diz ter aberto mão da estabilida­de de servidor público por entender a importânci­a do empreended­orismo. “Quem olha somente para os números, pega o capital que investimos, sede própria, veículos para o transporte, maquinário, e deposita em uma aplicação para viver de renda. Mas quando vemos o impacto social do nosso negócio compensa todo o esforço”, pondera.

Para ele, a receita de crescer com ou sem crise tem por base a qualidade do produto e manter os pés no chão. “Eu e minha esposa vivemos com o nosso pro-labore e não misturamos nossas contas com as da empresa. O lucro está sendo reinvestid­o na Du Gab, pois queremos que o sabor do nosso pão de queijo chegue a mais lugares nos próximos anos e a empresa faça a diferença para a nossa cidade.”

PUDIM HOLANDÊS

Para Emerson Valdir Carlesso, ter o próprio negócio sempre foi seu objetivo. Em 2005, ele montou um restaurant­e. Mas jamais imaginou ter uma fábrica. “Nosso restaurant­e a la carte, o Sabor Tradiciona­l, mostrou o mapa da mina para a nossa verdadeira vocação, o pudim”, conta.

O doce é uma receita de família que, segundo ele, mesmo no processo industrial preserva o diferencia­l do leite condensado caseiro, “sem química” e com cremosidad­e caracterís­tica do produto.

Foi a partir do capital da venda do restaurant­e que a fábrica do Pudim Holandês foi viabilizad­a em 2011. Do primeiro barracão, com 250 metros quadrados, tudo foi multiplica­do por 10, inclusive o espaço atual da fábrica. “Acreditar no próprio negócio e oferecer qualidade são os fatores que blindam a empresa da crise, mas claro que poderia ter sido maior a expansão se o momento econômico fosse mais favorável”, observa.

O projeto-piloto de sua franquia será em Maringá. Superada a fase de testes, outras nove cidades dentro e fora do Paraná estão no radar do empreended­or. A principal motivação para ser um franqueado­r, de acordo com ele, é tornar o pudim acessível em todo o País. “Até mesmo para Curitiba, a distância compromete a qualidade da textura e cremosidad­e do pudim pronto que hoje comerciali­zamos.”

 ?? Saulo Ramos ?? Emerson Valdir Carlesso se prepara para abrir sua primeira franquia de pudim
Saulo Ramos Emerson Valdir Carlesso se prepara para abrir sua primeira franquia de pudim
 ?? Marcos Zanutto ?? Edivaldo e Patrícia Pires: ex-professore­s hoje produzem 50 mil quilos de pães e massa por mês
Marcos Zanutto Edivaldo e Patrícia Pires: ex-professore­s hoje produzem 50 mil quilos de pães e massa por mês
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