Folha de Londrina

REVERÊNCIA

Em um raro Dia de Finados ensolarado, cerca de 120 mil pessoas visitaram os 13 cemitérios de Londrina nessa quinta-feira para render homenagens aos entes queridos

- Érika Gonçalves Reportagem Local (Colaborou Marian-Trigueiros)

Acoordenaç­ão da Acesf (Administra­ção dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina) montou uma verdadeira operação para que o feriado de Finados transcorre­sse dentro da normalidad­e. Com uma média de 50 mil visitas por mês, somente na semana do feriado, os números mais que dobram. Segundo o superinten­dente do órgão, Douglas Pereira, a estimativa de 120 mil visitantes foi atingida este ano. O número 20% superior ao registrado em 2016, segundo Pereira, foi consequênc­ia do bom tempo registrado durante toda a quinta-feira (2).

Para dar conta do atendiment­o ao público nos 13 cemitérios de Londrina, foi montada uma equipe formada por 90 servidores, 80 atiradores do Tiro de Guerra, 15 agentes de endemias, 25 agentes da CMTU ( Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o), 40 guardas municipais, além de brigadas de incêndio e prestadore­s do servi- ço de abastecime­nto de água.

Já nas primeiras horas no Cemitério Jardim da Saudade, na zona norte, ovai evem dos visitantes semesclava com os gritos dos vendedores de flores e velas, que tentavam ganhar os clientes antes destes chegaremàs próximas barracas. Voluntário­s de grupos religiosos também aproveitav­am amovimenta­ção para conseguir doações e divulgar suas crenças. Agentes de endemias e atiradores do Tiro de Guerra abordavam os visitantes para conscienti­zar sobre a importânci­a de prevenir adengue e também para recolher os sacos plásticos dos vasos de flores.

Apesar da disponibil­ização de uma ferramenta de busca dentro do site da Acesf para ajudara localizar os túmulos, muita gente preferiu entrar na fila e solicitara ajuda de um funcionári­o.

A zeladora Silvana Aparecida da Silva buscava informaçõe­s sobre as sepulturas de um meio-irmão e de uma amiga. Depois de um tempo de espera, conseguiu a localizaçã­o apenas do túmulo da amiga. “Eu não tenho o nome correto

dele nema data de faleciment­o. Fazia muitos anos que não tínhamos contato e fiquei em dúvida quanto à grafia. Infelizmen­te não conseguira­m encontrá-lo”, justificou.

Mesmocomas forteschuv­as dos últimos dias, que causa- ramqueda de galhos, o Jardim da Saudade estava limpo e arrumado, situação elogiada por f requentado­res como adona de casaMaria Helena Camargo. “Venho sempre aqui e hoje está tudo mais limpo e conservado, parece melhor do que emoutras vezes”, opinou.

Em outubro, os 13 cemitérios de Londrina receberam um mutirão de serviços, com dedetizaçã­o das áreas, poda de árvores e retirada de entulhos. Também foi feita limpeza, varrição, capina, roçagem e melhorias na iluminação dos espaços.

Está tudo mais limpo e conservado, parece melhor do que em outras vezes”

TRANQUILID­ADE

No Cemitério do Heimtal (zona norte), o mais antigo de Londrina, o movimento era bem mais fraco. Logo na entrada apenas um vendedor oferecia flores, velas e outros enfeites, acompanhad­o por um agente de endemias e um atirador do Tiro de Guerra. A tranquilid­ade reinava entre os poucos túmulos, alguns do século passado e de visual bastante peculiar, que contrastam com os mais recentes.

Apesar de estar limpo e com a pintura recém-feita, a conservaçã­o do cemitério ainda deixou a desejar, segundo alguns frequentad­ores. Para o autônomo Antônio José dos Santos, pela taxa paga referente aos túmulos do pai e da irmã, ainda há muito a ser melhorado, como os banheiros e a segurança.

Commuitos parentes sepultados no local, o casal de aposentado­s Henrique Kissr e Cle usa Rodrigues de SouzaKissr avaliou que a estrutura está “umpouco melhor” do queem anos anteriores. No entanto, ainda há muitas sepulturas abandonada­s. Furtos das pe- ç as de bronze também são recorrente­s .“Os ladrõesnã orespeitam ninguém. Agora colocamos um aplaca‘ simples inha’ mesmo. Nós queríamos também assumira administra­ção do túmulo de uma tia do meu marido, porque não há outros parentes vivos, mas nos informaram na Acesf que precisamos procurar um advogado para isso. É muita complicaçã­o”, reclamou Cleusa.

De acordo com o superinten­dente da Acesf, Douglas Pereira, uma lei de 1977 determina que a transferên­cia só pode ser feita entre pais e filhos. Fora isso, é necessária a solicitaçã­o por via judicial. “Queremos resolver isso o mais rápido possível e a Procurador­ia Geral doMunicípi­o já terminou a primeira fase do estudo para enviar para a Câmara”, destacou.

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Fotos: Fábio Alcover Já nas primeiras horas do feriado, o vai e vem de visitantes era intenso no Jardim da Saudade, na zona norte
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O casal Henrique e Cleusa Kissr lamentou os furtos de peças de bronze: “Os ladrões não respeitam ninguém”

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