REVERÊNCIA
Em um raro Dia de Finados ensolarado, cerca de 120 mil pessoas visitaram os 13 cemitérios de Londrina nessa quinta-feira para render homenagens aos entes queridos
Acoordenação da Acesf (Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina) montou uma verdadeira operação para que o feriado de Finados transcorresse dentro da normalidade. Com uma média de 50 mil visitas por mês, somente na semana do feriado, os números mais que dobram. Segundo o superintendente do órgão, Douglas Pereira, a estimativa de 120 mil visitantes foi atingida este ano. O número 20% superior ao registrado em 2016, segundo Pereira, foi consequência do bom tempo registrado durante toda a quinta-feira (2).
Para dar conta do atendimento ao público nos 13 cemitérios de Londrina, foi montada uma equipe formada por 90 servidores, 80 atiradores do Tiro de Guerra, 15 agentes de endemias, 25 agentes da CMTU ( Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), 40 guardas municipais, além de brigadas de incêndio e prestadores do servi- ço de abastecimento de água.
Já nas primeiras horas no Cemitério Jardim da Saudade, na zona norte, ovai evem dos visitantes semesclava com os gritos dos vendedores de flores e velas, que tentavam ganhar os clientes antes destes chegaremàs próximas barracas. Voluntários de grupos religiosos também aproveitavam amovimentação para conseguir doações e divulgar suas crenças. Agentes de endemias e atiradores do Tiro de Guerra abordavam os visitantes para conscientizar sobre a importância de prevenir adengue e também para recolher os sacos plásticos dos vasos de flores.
Apesar da disponibilização de uma ferramenta de busca dentro do site da Acesf para ajudara localizar os túmulos, muita gente preferiu entrar na fila e solicitara ajuda de um funcionário.
A zeladora Silvana Aparecida da Silva buscava informações sobre as sepulturas de um meio-irmão e de uma amiga. Depois de um tempo de espera, conseguiu a localização apenas do túmulo da amiga. “Eu não tenho o nome correto
dele nema data de falecimento. Fazia muitos anos que não tínhamos contato e fiquei em dúvida quanto à grafia. Infelizmente não conseguiram encontrá-lo”, justificou.
Mesmocomas forteschuvas dos últimos dias, que causa- ramqueda de galhos, o Jardim da Saudade estava limpo e arrumado, situação elogiada por f requentadores como adona de casaMaria Helena Camargo. “Venho sempre aqui e hoje está tudo mais limpo e conservado, parece melhor do que emoutras vezes”, opinou.
Em outubro, os 13 cemitérios de Londrina receberam um mutirão de serviços, com dedetização das áreas, poda de árvores e retirada de entulhos. Também foi feita limpeza, varrição, capina, roçagem e melhorias na iluminação dos espaços.
Está tudo mais limpo e conservado, parece melhor do que em outras vezes”
TRANQUILIDADE
No Cemitério do Heimtal (zona norte), o mais antigo de Londrina, o movimento era bem mais fraco. Logo na entrada apenas um vendedor oferecia flores, velas e outros enfeites, acompanhado por um agente de endemias e um atirador do Tiro de Guerra. A tranquilidade reinava entre os poucos túmulos, alguns do século passado e de visual bastante peculiar, que contrastam com os mais recentes.
Apesar de estar limpo e com a pintura recém-feita, a conservação do cemitério ainda deixou a desejar, segundo alguns frequentadores. Para o autônomo Antônio José dos Santos, pela taxa paga referente aos túmulos do pai e da irmã, ainda há muito a ser melhorado, como os banheiros e a segurança.
Commuitos parentes sepultados no local, o casal de aposentados Henrique Kissr e Cle usa Rodrigues de SouzaKissr avaliou que a estrutura está “umpouco melhor” do queem anos anteriores. No entanto, ainda há muitas sepulturas abandonadas. Furtos das pe- ç as de bronze também são recorrentes .“Os ladrõesnã orespeitam ninguém. Agora colocamos um aplaca‘ simples inha’ mesmo. Nós queríamos também assumira administração do túmulo de uma tia do meu marido, porque não há outros parentes vivos, mas nos informaram na Acesf que precisamos procurar um advogado para isso. É muita complicação”, reclamou Cleusa.
De acordo com o superintendente da Acesf, Douglas Pereira, uma lei de 1977 determina que a transferência só pode ser feita entre pais e filhos. Fora isso, é necessária a solicitação por via judicial. “Queremos resolver isso o mais rápido possível e a Procuradoria Geral doMunicípio já terminou a primeira fase do estudo para enviar para a Câmara”, destacou.