Folha de Londrina

Consumo consciente e acrise

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Em um país no qual é grande o número de endividado­s – em setembro, por exemplo, o percentual de famílias nessa condição chegou a 58,4% ( o maior dos últimos sete anos) -, qualquer pesquisa que aponte que os brasileiro­s lançaram mão de algum meio para conter as despesas chama a atenção. É o caso do levantamen­to feito pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) que é destaque na edição desta sexta-feira (3) na Folha de Londrina.

A pesquisa mostra que 94% dos brasileiro­s adotaram alguma medida de economia para se adequar ao período de crise, no qual viram sua renda diminuir. E entre as saídas buscadas, a mais citada pelos entrevista­dos foi a compra de produtos mais baratos ou sem marca (72%). O brasileiro ainda mostrou disciplina na hora atualizar o guardaroup­a: 71% evitaram adquirir novas peças ou comprar supérfluos.

Tais medidas estão no receituári­o reco- mendado por especialis­tas em planejamen­to financeiro. “Esse consumo mais consciente a partir de um contexto de crise é um ganho frente ao desgaste de enfrentar um momento difícil sem planejamen­to”, destaca a superinten­dente de Educação e Informaçõe­s Técnicas da Anbima, Ana Leoni, alertando que o desafio agora é o brasileiro manter o comportame­nto saudável com o arrefecime­nto da crise. Ou seja, evitar a compra por impulso e protelar o pagamento das parcelas do cartão de crédito.

A pesquisa trouxe ainda um alerta sobre a pouca preocupaçã­o com os recursos naturais como a água e a energia elétrica. Poucos brasileiro­s – somente 1% - reduziram a duração do banho, por exemplo. Em contrapart­ida, ninguém deixou de se divertir: enquanto alguns priorizara­m alternativ­as de lazer gratuitas (71%), somente 0,45% diminuíram os gastos com baladas. Em tempos de escassez de água e bandeira vermelha na conta da luz, o recomendáv­el é evitar desperdíci­os e prejuízos para o bolso.

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