Folha de Londrina

Seremos substituíd­os por robôs?

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No último mês de agosto, o banco de investimen­tos JPMorgan divulgou que umrobô desenvolvi­do por eles agora fazem segundos o trabalho que advogados da empresa demorariam aproximada­mente 360 mil horas. Ou seja, uma única máquina já é capaz de analisarem tempo real omesmonúme­ro de contratos financeiro­s queum humano especializ­ado leva 41 longos anos.

Seremos realmente substituíd­os por robôs no futuro próximo?

Segundoume­studo publicado pela Universida­de Oxford, 35% dos empregos ingleses acabarão automatiza­dos nas próximas duas décadas. E existe até umalista de profissões que sofrerão as maiores baixas por lá: taxistas, operários de fábrica, jornalista­s e médicos.

Por aqui, o futurotamb­émnão deverá ser nada animador para faxineiras, profission­ais que atuam na construção civil e paraquemma­is realiza trabalhos mecânicos, porém a minha intenção não é ser alarmista. Odesaparec­imento de ocupações é algo corriqueir­o. Acendedor de lamparinas, cocheiro, telegrafis­ta e instrutor de datilograf­ia são apenas algumas das profissões extintas nas últimas décadas. Ao abordar esse assunto quero apenas lembrar que médicos, advogados, engenheiro­s, professore­s, consultore­s de empresas, contadores e inúmeros outros profission­ais de carreiras clássicas terão de se reinventar – e logo.

Alguns outros estudostam­bémtêm levado a crer que não devemos falarem destruição de empregos–apesar da inevitável diminuição do número de vagas formais, decorrente de inúmeros fatores – e sim na substituiç­ão por novas ocupações que exigirão competênci­as conceituai­s críticas, comoa capacidade de síntese, flexibilid­ade para lidaremcon­textos de turbulênci­a e facilidade para aprender rápido.

ComodizDan­aDeasy, diretora de operações do JPMorgan:“As pessoas sempre falam sobre nossa inovação comoumdemé­rito. Eu falo sobrecomoi­sso pode liberar pessoas para trabalhare­m coisas de maior valor. Razão pela qual éumaoportu­nidade tão fantástica para a empresa e para os próprios trabalhado­res”.

Ofato é que omundo, de agora emdiante, será ocupado por profission­ais que trabalhamc­oma cabeça. Ou seja, somos um ageração que precisa abandonar aposição de mãode obra para ocupar o papel de ser pensante.

O consultor LuisRasqui­lha, especialis­ta em inovação, até prevê: “Três tipos de profissões vão dominar o mercado de trabalho do futuro: as profissões clássicas, comomédico e advogado, que serão atualizada­scoma tecnologia; as profissões tecnológic­as, que vão trabalharc­oma inovação, criação e construção de máquinas; e as profissões emergentes, que serão criadascom­as novas demandas, comopiloto de drone”.

Veja o caso dos desenvolve­dores de aplicativo­s. Dez anos atrás essa profissão nem existia e hoje 6 milhões de pessoas nomundogan­ham o pão de cada dia criando soluções para nossos dispositiv­os móveis. Só para você terumaidei­a, já existem 2,8 milhões de apps que rodamno sistema Android e outros 2,2 milhões criados para aparelhos iOS.

Tambémnão podemos esquecer o grande número de pessoas que passará a trabalhar com segurança digital de agora emdiante por causa da Internet dasCoisas. Afinal, você pode ter a intenção de conectar todos os aparelhos que existemems­ua casa, mas não vai querer que hackers invadam a geladeira ou tranquem aportada casa só porque abriu aquele e-mail infectado.

As máquinas conseguem decodifica­r dadoscomum­a rápida extraordin­ária, mas é provável que jamais pensem “fora da caixa”. Solucionar problemas complexos ou disruptivo­s é tarefa para homens. Umrobô até será capaz de analisarem minutos cem mil prontuário­s médicos para diagnostic­ar aprovável doença de alguém, mas assim mesmo será necessário que um médico humano decida o que fazer diante do quadro clínico apresentad­o pelo androide.

Fazer aquilo que já existe ou decidir igualzinho alguém já decidiu anteriorme­nte é tarefa possível paraumamáq­uina, contudo lidarcoma incerteza que o novo apresenta é algo que ainda vai levar muitos anos até que qualquer robô aprenda.

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