Folha de Londrina

Taxista devolve carteira com R$ 600

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Taxista em Londrina há dez anos, Weygle Barros Pereira viveu recentemen­te uma situação que provou a grandeza de viver todos dos dias com honestidad­e. Há três meses, ele achou uma carteira com diversos documentos, cartões de banco e R$ 600 em dinheiro. Não pensou duas vezes, foi em busca do dono, mesmo com alguns comentário­s reprovando a atitude.

“Estava trabalhand­o durante a noite e a madrugada. Fiz uma corrida em que o cliente embarcou num certo ponto e o deixei na avenida Garibaldi Deliberado­r (no Jardim Cláudia, na zona sul de Londrina). Lá, outra pessoa entrou no táxi e foi até a região leste. Continuei com meu serviço, fui para casa de manhã para descansar. Perto do meio-dia levantei, porque tinha um compromiss­o na casa da minha sogra, e quando fui dar uma arrumada no carro encontrei a carteira com o dinheiro. Fui na hora devolver”, relata.

Ao chegar na casa onde havia deixado o cliente, Pereira o encontrou desesperad­o em busca de seus pertences. “Ele falou que aquele dinheiro era para completar o pagamento de contas e fazer compras. Para mim, a alegria dele me fez ver que tudo que aprendi sobre honestidad­e vale a pena. Busco levar isso para todas as atitudes da vida. Nem vez de colega de trabalho eu passo, porque não considero uma atitude justa.”

Casos assim são recorrente­s no dia a dia do taxista, que já encontrou diversos objetos de valor no carro dele. “Percebo que temos crianças e jovens melhores do que um dia tivemos no passado. Reparo pelas conversas de clientes, que se encaixam nesta faixa, um outro entendimen­to sobre o que é honestidad­e. Vejo, por exemplo, criança que chupa uma bala e procura o lixo para jogar o papel. É sinal de que simples gestos mudam a realidade”, destaca.

Pai de uma menina de sete anos, Weygle Pereira acredita que o exemplo demonstrad­o no caso que viveu é uma maneira de incentivar que ela também busque isso, independen­temente da idade. “Eu e minha esposa tentamos passar valores para nossa filha. Demonstram­os que não importam as consequênc­ias, mas que ela precisa contar sempre a verdade e nunca pegar nada que não é dela, mesmo que veja outros fazendo isso.”

(P.M.)

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Ricardo Chicarelli “Nem vez de colega de trabalho eu passo, porque não considero uma atitude justa”, garante Weygle Pereira

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