‘Algumas vacinas são desnecessárias’
A coordenadora de imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, Sônia Fernandes, disse que várias vacinas mencionadas na pesquisa não estão disponíveis nas unidades básicas
O diretor do Centro de Epidemiologia do Paraná, João Luiz Galego Crivellaro, entende que parte das vacinas mencionadas pela pesquisa do laboratório GSK é particular e que a ampla imunização da população não é justificável do ponto de vista da saúde pública. “Cobertura vacinal não é o que eles colocam no estudo, mas o que consta no PNI”, defendeu. “Para quem tem recurso financeiro, não temos nada contra o uso das doses, mas o estudo epidemiológico mostra que não há necessidade de vacinações contra a meningite B e a ACWY.”
Segundo ele, também existem vacinas que são tomadas quando criança e que dispensam uma segunda doses na vida adulta. “Quando nasce uma criança, ela toma a vacina pentavalente, que protege da difteria, do tétano, da coqueluche, da influenza tipo B e da hepatite B. Depois tem que tomar a vacina dupla, com uma dose de reforço aos 15 meses e outra aos quatro anos. Feito isso, é preciso um reforço de dez em dez anos. Essa é a vacinação de adulto, mas ele geralmente não acaba tomando, mas essas vacinas são necessárias para evitar o tétano acidental”, explicou.
Crivellaro ressaltou, no entanto, que há um aumento de pessoas que integram o movimento antivacina no Brasil e no mundo todo. “Nossos pais e avós tinham diagnóstico de sarampo e rubéola aos montes. Quantas crianças foram a óbito ou tiveram sequelas por causa delas? Hoje vemos isso somente na literatura e isso tudo graças às políticas de vacinações”, reforçou.
De acordo com o diretor, a vacinação em massa permitiu o fim dos casos de paralisia infantil. “No Paraná o ultimo caso foi registrado em 1984. Atualmente só dois países têm registros da doença: Afeganistão e Paquistão. No Brasil, ela foi controlada e eliminada.”
Crivellaro disse ainda que com a cobertura vacinal há uma grande probabilidade de que em 2030 não haja mais casos de hepatite B com transmissão vertical – de mãe para filho – e quem tomou vacina não vai ter mais a doença. “A doença ainda existe, mas estamos controlando e passando pelo processo de eliminação. “Queremos erradicar a doença. Esperamos que o Brasil consiga e o Paraná também”, projetou.
(V.O.)