Folha de Londrina

Juiz decreta prisão de rapaz que matou adolescent­e

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São Paulo - Em depoimento à polícia, o suspeito confirmou ter atirado na colega (Com Agência Estado)

O juiz da Comarca de Alexânia, em Goiás, Leonardo Lopes dos Santos, decretou a prisão preventiva de Misael Pereira Olair, 19 anos, acusado de ter feito os disparos que mataram a adolescent­e Raphaella Novisk, de 16 anos, nesta segundafei­ra (6).

Durante a audiência de custódia realizada na tarde desta terça (7), o juiz determinou que permaneça preso em caráter preventivo Davi José de Souza, que dirigia o carro em que Olair estava prestes a entrar quando foi detido, do lado de fora do Colégio Estadual 13 de Maio, onde Raphaella estudava. As informaçõe­s são da Agência Brasil.

Olair é acusado de ter pulado o muro da escola e assassinad­o a adolescent­e na frente dos alunos do 9º ano do ensino fundamenta­l. Segundo a Polícia Civil de Goiás, o rapaz foi detido quando tentava fugir no veículo dirigido por Souza. Este, em depoimento, disse que não sabia que Olair planejava matar a adolescent­e.

De acordo com a delegacia responsáve­l pelo caso, Olair decidiu atirar na jovem porque ela não aceitou seus pedidos de namoro. Ao prestar o primeiro depoimento após ser preso, Olair, que não tinha passagem pela polícia, confirmou ter baleado Raphaella. No vídeo do depoimento, não se nota sinal de arrependim­ento do atirador.

O corpo da jovem foi enterrado na manhã desta terça, no Cemitério Campo da Saudade, em Alexânia. A cerimônia atraiu centenas de pessoas e foi marcada por um forte clima de comoção. Parentes e amigos da garota soltaram balões brancos e pediram paz.

Em sua decisão, o juiz Leonardo Lopes dos Santos descarta qualquer irregulari­dade na prisão em flagrante de Olair, encontrado ainda vestindo uma máscara e portando uma arma de fogo.

“Tenho que, no caso dos autos, a gravidade em concreto do crime justifica a prisão cautelar, não sendo possível a concessão da liberdade provisória com aplicação das medidas cautelares diversas da prisão [...], pois não seriam suficiente­s, ao menos segundo os elementos existentes até agora nos autos, para resguardar a ordem pública”, diz Leonardo dos Santos.

O assassinat­o da adolescent­e dentro da sala de aula ocorre menos de um mês depois de um garoto de 14 anos, estudante de um colégio particular de Goiânia, atirar contra colegas. Dois adolescent­es morreram e cinco foram feridos pelos disparos.

O jovem que atirou disse que sofria bullying, que é a prática frequente de agressões intenciona­is, verbais ou físicas, por uma ou mais pessoas contra um ou mais indivíduos.

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