Folha de Londrina

Câncer de próstata, uma doença silenciosa e perigosa

Campanha Novembro Azul alerta para a importânci­a de investigar a doença que não tem sintomas na fase inicial; homens a partir dos 50 anos devem ir ao médico

- Micaela Orikasa Reportagem Local

frequentar o consultóri­o médico anualmente. Em uma dessas visitas, o médico observou uma alteração no exame de sangue chamado PSA (Antígeno Prostático Específico) e passou a acompanhá-lo frequentem­ente durante um ano.

No terceiro teste que era realizado a cada seis meses, veio o diagnóstic­o de CaP. “Faço questão de dizer que não tive nenhum sintoma. Não sentia absolutame­nte nada”, afirma o funcionári­o público aposentado. Souza já tinha feito exames de toque, mas só uma biópsia atestou o resultado.

O chefe de Urologia do HCL (Hospital do Câncer de Londrina), Paulo Emílio Fuganti, ressalta que os exames PSA e toque são indispensá­veis, pois na análise sanguínea é possível detectar qualquer alteração e o de toque pode revelar outras doenças além do CaP. “Décadas atrás, muitos pacientes morreram em decorrênci­a do câncer avançado porque não existia o rastreio através do PSA. Hoje é diferente. Já podemos detectar o tumor precocemen­te. Não é uma prevenção, mas podemos descobrir a doença em um estágio tratável ou remediável”, afirma.

Estudos apontam que a avaliação inicial dos homens deve acontecer a partir dos 50 anos. Isso porque o CaP está ligado diretament­e ao envelhecim­ento. “A média de idade do câncer de próstata é de 66 anos, mas o histórico familiar é uma importante fonte de informação, pois aumenta as chances do indivíduo desenvolve­r a doença”, afirma.

Além da herança familiar, indivíduos de pele negra também têm mais chances de desenvolve­r a doença. Nesses casos, a recomendaç­ão é que procurem o urologista a partir dos 40 anos. No entanto, Fuganti explica que a avaliação não precisa ser necessaria­mente anual. “Estudos sugerem critérios para avaliação e tratamento, como a expectativ­a de vida do paciente. Temos que levar em conta quanto tempo de vida a pessoa tem, uma vez que a doença acomete principalm­ente indivíduos com idade avançada e que muitas vezes apresentam outras doenças associadas”, diz.

Essa medida é praticável porque, segundo o urologista Fernando Terziotti, do HCL, esse tipo de tumor é indolente, ou seja, de progressão lenta. Em relação ao tratamento, ele afirma que a cirurgia é indicada apenas para os tumores em estágio inicial, visando uma maior sobrevida do paciente. “Os pacientes avançados comumente apresentam metástase e vão se beneficiar do tratamento hormonal. Sessões de quimiotera­pia e radioterap­ia também podem ser prescritas dependendo do caso”, completa.

De acordo com a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) “o tratamento definitivo (cirurgia) deve ser indicado caso seja identifica­da progressão da doença em pacientes com expectativ­a de vida maior que 10 anos, poupando pacientes com tumores indolentes das consequênc­ias do tratamento.”

O aposentado Souza, que estava sendo acompanhad­o de perto pelo urologista, passou pela cirurgia para remoção da próstata há cerca de quatro meses. Após o uso de sonda por 15 dias, fez algumas sessões de fisioterap­ia e hoje comemora a boa saúde. “Retornei esses dias ao médico e está tudo bem. Meu receio era ter que abrir mão de algumas atividades por conta da cirurgia, mas estou liberado para fazer coisas que gosto, como pescar, viajar. É vida normal”, comemora.

IDADE

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Gina Mardones “Retornei ao médico e está tudo bem; estou liberado para fazer coisas que gosto. É vida normal”, comemora Francisco de Paulo Souza, diagnostic­ado com a doença e submetido a uma cirurgia há quatro meses
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