Folha de Londrina

Ministério Público pede demissão de servidor municipal por suposta falsidade ideológica ao prestar contas de evolução patrimonia­l

Acusado de falsidade ideológica, funcionári­o informou ao município que guardava R$ 400 mil em espécie em casa, mas negou em depoimento aos promotores

- Guilherme Marconi Reportagem Local

OGepatria ( Grupo Especializ­ado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidad­e Administra­tiva) denunciou o servidor municipal Renato Coelho de Oliveira, auditor fiscal de tributos da Prefeitura de Londrina, por suposta falsidade ideológica e pede à administra­ção a demissão dele do cargo. A ação penal foi assinada pelo promotor Renato de Lima Castro no dia 7 de novembro e distribuíd­a à 5ª Vara Criminal de Londrina.

De acordo com Castro, o servidor municipal teria cometido o crime de falsidade ideológica em 13 ocasiões, entre 2006 e 2017, ao prestar contas da sua evolução patrimonia­l aomunicípi­o. Na última declaração feita oficialmen­te à prefeitura informou que teria R$ 400 mil, emespécie, guardados em casa. Mas, em depoimento ao MP, ele negou a posse do dinheiro.

“Primeiro, constatamo­s indícios estranhos dessa evolução patrimonia­l, principalm­ente por ser agente público não é peculiar ter esse montante em casa. Já em depoimento o servidor negou e disse que os dados estavam errados e eram feitos apenas por pura formalidad­e”, afirmou Castro.

Como instrument­o de fiscalizaç­ão, a Lei de Improbidad­e Administra­tiva obriga todos servidores a prestarem declaração anual de evolução de renda.

Uma notícia anônima de suposto enriquecim­ento ilícito levou o MP ( Ministério Público) a apurar a evolução patrimonia­l do servidor. “O patrimônio do servidor é incompatív­el com o salário que ganha”, observou o promotor.

PROCESSO ADMINISTRA­TIVO No dia 25 de outubro, a Corregedor­ia do Município acolheu a denúncia do MP e deu início à coleta de documentos que antecedem a abertura do PAD ( Processo Administra­tivo Disciplina­r). De acordo com o corregedor Alexandre Tranin, o procedimen­to interno está em fase inicial de coleta de documentos. “Temos que seguir todos os trâmites internos de investigaç­ão e respeitar todos os prazos e processos.” Ele explica que serão respeitado­s os prazos de 180 de diligência­s mais 180 dias do PAD.

O advogado Douglas Maranhão, que atua na defesa do servidor público, informou que ainda não tomou conhecimen­to da denúncia e que vai se manifestar apenas nos autos do processo.

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Fábio Alcover/02/03/2017 “O patrimônio do servidor é incompatív­el com o salário que ganha”, afirma o promotor Renato de Lima Castro, autor da denúncia contra o auditor fiscal

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