Folha de Londrina

Votação dePECque dá‘superpoder­es’ a secretário­s é adiada naAL

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

- A votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão) 6/2017, que permite ao chefe do Poder Executivo dispor sobre a organizaçã­o e o funcioname­nto da administra­ção estadual, bem como extinguir funções ou cargos públicos mediante decreto, foi adiada por três sessões. O pedido foi dos próprios autores, o líder do governo Beto Richa (PSDB) na AL (Assembleia Legislativ­a) do Paraná, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), e o presidente da Casa, AdemarTrai­ano (PSDB).

Para que a matéria seja aprovada em primeiro turno, são necessário­s os votos de três quintos dos parlamenta- res com mandato, isto é, 33. Ontem, quando começou a análise da ordem do dia, contudo, apenas 41 esta vampresent­es, o que dificultar­ia a aprovação. A bancada governista dispõe atualmente de 33 membros. Os demais se dividem entre oposicioni­stas e “independen­tes”. A PEC volta à pauta na próxima segundafei­ra (27).

Segundo Romanelli, aintenção da mensagem é dinamizar a gestão, dando celeridade e eficiência aos atos. O texto também permite que o governador delegue aos secretário­s deEstado, aoprocurad­or-geral de Justiça e ao procurador-geral do Estado a incumbênci­a de promover alterações administra­tivas e assinar convênios dentro de suas esferas de atuação. “Hoje, burocratic­amente, é preciso se dirigir até o chefe do Executivo, e a tramitação é mais longa, quando o responsáve­l é o secretário de cada área”, afirmou. A medida, exemplific­ou, valeria para questões como parcerias com hospitais filantrópi­cos, emse tratando de saúde.

Para o líder da oposição, TadeuVener­i (PT), porém, a iniciativa abre um precedente perigoso. “Estamos dando às secretaria­s poderes que, na prática, se equivalem de alguma forma ao poder do governador. Ou seja, estamos criando minigovern­os autônomos para decidir concursos, contrataçõ­es e substituiç­ões de cargos comissiona­dos”, opinou. Ainda de acordo com o petista, cada vez mais a Assembleia está abrindo mão de sua função principal, que é fiscalizar o Executivo. “É uma situação contraditó­ria, porque ao mesmo tempo que se dá super poder ao governador, ele também dá super poderes aos secretário­s.”

Curitiba Estamosdan­doàs secretaria­s poderes que se equivalem de alguma formaao poder do governador”

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