Pátio ferroviário será retirado do centro de Rolândia
População reclama dos transtornos causados pelos longos períodos que os trens ficaram parados ou manobrando na região
Rolândia
- Alvo de constantes reclamações da população, o pátio ferroviário de manobras, que fica no centro de Rolândia ( Região Metropolitana de Londrina), será transposto para uma área localizada nos fundos do parque industrial Barra Grande, na entrada do município de quase 67 mil habitantes. A assinatura do convênio para a abertura de licitação para a mudança será realizada nesta terçafeira (21).
A obra é de responsabilidade do DNIT ( Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) com verba federal, totalizando um investimento de R$ 2,8 milhões. “Com essa mudan- ça, os trens irão manobrar longe do centro da cidade, não bloqueando mais as vias da região central, por onde passam muitas ambulâncias e veículos em geral”, explica Luiz Francisconi Neto ( PSDB), prefeito de Rolândia. “Não sabemos ainda o prazo total, mas a expectativa é que com a abertura da licitação demore cerca de seis meses”, projeta.
De acordo com o chefe do executivo local, há cerca de dois meses foi realizada uma reunião entre município, DNIT e a empresa de transporte ferroviário para acertar os detalhes deste novo percurso para manobras. “Eles deram a opinião deles para que chegássemos até um projeto que atendesse a todos. Este recurso foi obtido graças a duas emendas parlamentares, que somados dão o valor total”, disse.
VELHO PROBLEMA
A reivindicação de uma solução para os transtornos ocasionados pelos longos períodos que os trens ficaram parados ou manobrando no centro da cidade é antiga. Há dez anos, a FOLHA publicou uma reportagem que mostrava o descontentamento dos munícipes com a situação. Na época já se discutia a mudança do pátio, que custaria R$ 1 milhão. Uma década depois, e com o crescimento do mu- nicípio, os problemas só pioraram.
“Em horários de pico, no começo manhã, tempo de almoço e início da noite, longas filas de veículos se formam nas ruas e avenidas que cruzam os trilhos. Muitas pessoas se desesperam ou ficam nervosas com a demora e costumam procurar outros lugares quando estão com muita pressa”, relata Delfin Torres, que é vendedor de frutas e verduras na rua Barão do Rio Branco, uma das vias em que os trens atravessam.
SOLUÇÃO POSITIVA
Pelo menos nove endereços têm o trânsito interrompido pelos veículos ferroviários, que normalmente passam de quatro a cinco vezes por dia, demorando, em média, 30 minutos. Um dos locais é a avenida Miguel Liogi, trajeto para a PR- 170 e PR-323, importantes rodovias que levam até os estados de São Paulo e Mato Grosso, além de cidades da região. Estudantes de uma universidade particular também sofrem com o tempo de espera para poder atravessar o cruzamento.