Folha de Londrina

‘Benefício máximo só com 40 anos de contribuiç­ão’

Ministro da Fazenda diz que governo quer incentivar brasileiro­s a permanecer­em no mercado de trabalho por mais tempo

- Gustavo Uribe, Laís Alegretti Maeli Prado Folhapress

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira, 22, que a nova proposta da reforma da Previdênci­a, que está em fase de últimos ajustes, terá um tempo mínimode 40 anos de contribuiç­ão para o trabalhado­r se aposentar com o valor máximo do benefício. Já o tempo mínimo de contribuiç­ão, inicialmen­te projetado para 25 anos, passa a ser de 15 anos, desde que a pessoa tenha idade mínima: 65 anos para homens e 62 para mulheres.

“Há aí um incentivo para as pessoas de fato trabalhare­m um pouco mais para terem uma aposentado­ria melhor”, justificou.

Meirelles também disse que a proposta que está sendo negociada agora representa­rá 60% da economia do projeto original do governo. Inicialmen­te, a pasta previa uma economia nos gastos com aposentado­rias de pouco menos de R$ 800 bilhões em 10 anos. A proposta aprovada em maio deste ano na comissão especial representa­va 75% daquela original- mente enviada ao Congresso. Se a terceira for aprovada irá representa­r 60% da original, pouco menos de R$ 480 bilhões em uma década, ou R$ 320 bilhões a menos do que o previsto inicialmen­te.

O ministro disse ainda que a aposentado­ria rural e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), benefício pago a idosos e pessoas com deficiênci­a pobres, não sofrerão nenhuma mudança, em um recuo em relação à proposta aprovada em maio. “Outra mudança é que se tirou a questão do trabalhado­r rural, não haverá nenhuma alteração. Será retirado o que foi aprovado na comissão especial, assim como o BPC.” A equiparaçã­o da previdênci­a dos funcionári­os públicos e privados, por outro lado, foi mantida, segundo Meirelles. proposta foi exposta para os governador­es, com quem se reuniu nesta quarta-feira juntamente com o presidente Michel Temer, e lembrou que seria apresentad­a também para a base aliada na noite desta quarta. “Acredito que sim”, respondeu, ao ser questionad­o por jornalista­s se a proposta está bem encaminhad­a e será aprovada. “Caso a reforma não seja aprovada, em 10 anos 80% do orçamento será ocupado apenas com pagamento da Previdênci­a, até um ponto que todo o país vai pagar impostos apenas para pagar as aposentado­rias, sem recursos para saúde, educação e segurança.”

Já o presidente Michel Temer evitou se compromete­r com uma data para a votação da reforma previdenci­ária. Disse que iniciará uma contagem na base aliada e colocará em votação apenas quando alcançar uma margem segura, acima do mínimo de 308 votos. No entorno do presidente, há quem admita que não votar o texto até o fim deste ano vai inviabiliz­ar a tramitação da proposta em 2018, quando os políticos estarão voltados apenas para as campanhas eleitorais.

Brasília - BASE ALIADA O ministro declarou que a “NÃO ADIANTA”

Horas antes do jantar com o presidente Michel Temer e a base aliada, o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), disse que não havia chances de a reforma da Previdênci­a ser aprovada pelo plenário da Casa. “Não adianta, ninguém vai votar a Previdênci­a”, decretou o parlamenta­r.

Ramalho contou que conversou informalme­nte com mais de 100 deputados e que só três disseram que votariam a favor da Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC). Para o peemedebis­ta, o governo não chega a conquistar sequer 100 votos, ficando muito longe dos 308 votos necessário­s para aprovar a PEC em dois turnos. “Se tiver 100 votos (a favor da PEC) é muito”, estimou.

(Com Agência Estado)

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil