Mais embaixo
A expulsão da senadora Katia Abreu pelo PMDB sugere que o mesmo pode se dar com Requião, já que o senador paranaense incide nas mesmas infrações relativas à posição do partido e sua fidelidade a Michel Temer. Aí, entra a ironia de Roberto Requião perguntando se tem sentido ser julgado pelos enquadrados pela Justiça como Romero Jucá, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco, Eduardo Cunha e Sergio Cabral. Percebe-se que também o histórico de Requião é mais longo e que já registrou a sua expulsão quando empreendeu a campanha contra Orestes Quercia e acabou revertida, mas evidenciando que o político paranaense colocaria a direção nacional do PMDB sob intenso constrangimento, como se dará agora.
À época do “Disk, Quércia”, percebeu-se que o então governador tinha mais espaços do que agora e tudo isso facilitou a inevitável recomposição. Hoje, muito ligado a Lula e fascinado para dar esse embalo ideológico em sua carreira, acabaria fascinado com essa identificação, tanto ele quanto o ex-presidente como vítimas do “sistema” que os persegue. No PMDB local, os adversários, ainda que cheios de razão contra o seu centralismo autoritário, não têm a mínima expressão eleitoral para confrontá-lo. Se o cerco da direção nacional persistir Requião terá tudo para dar um tom épico a esse enfrentamento, jogando o peso da opinião pública contra a falange da propina.
De um lado, explora a Lava Jato, pela qual não tem lá muitas simpatias; de outro, busca uma identificação heroica ante o martírio de Lula como se a matriz ideológica os aproximasse.