Políticos protegidos
Meu velho pai, filho de imigrantes italianos, sempre dizia: “Contra o poder econômico não tem quem possa”. Acho que isso que ele falava cabe em tudo, mas principalmente no meio político que, agora, com muito mais clareza em razão dos excelentes meios de comunicação e da imprensa em geral nos atualizam on-line dos acontecimentos. Através do dinheiro farto, começam a nos enganar bem antes das campanhas políticas, quando por um emaranhado de “ingredientes forjados” colocam certos elementos para a disputa. Depois, tomam posse - uma boa parcela – sem que tenham a maioria dos votos. E a enganação continua até mesmo quando flagrados com malas de dinheiro nas mãos, na cueca e em contas secretas, etc. Através de altíssimos honorários pagos a hábeis doutores distorcem a realidade e, o pior de tudo, em nome da lei que eles mesmos – os fazedores de leis - forjam dando brechas a interpretações, ficam imunes e impermeáveis como não o são os demais mortais. Como nos enganam! Durante inquirições de investigações criminosas, já não exercem mais o direito de não produzir provas contra si próprios, vão além, imputam aos delatores colaboradores fatos criminosos, na ânsia de toldar a visão dos leigos que, para o espanto nosso, conseguem. Sei que jamais – mas jamais mesmo – fariam isso na lei criminal, mas a meu ver, ela (a lei) deveria ter um dispositivo no qual a primeira pergunta que o inquiridor deveria fazer ao investigado seria: “Ao senhor está sendo imputado tal crime, o senhor pode ficar calado, mas se disser alguma coisa que venha a ser desmentido, sua pena será agravada e não receberá nenhum tipo de benefício”. Se existisse isso (o agravamento da pena) será que o investigado não tomaria mais cuidado ao dizer que tal coisa não lhe pertence, ou que nunca fez isso ou aquilo? Será que não preferiria ficar calado para não correr o risco de ser engaiolado incontinente? Afinal, como diz o ditado “quem não deve não teme”, não é? JOSÉ ROBERTO BRUNASSI (advogado) – Londrina