Folha de Londrina

‘REI DA FRONTEIRA’ -

Jarvis Chimenes Pavão, que ficou preso oito anos no país vizinho, foi transferid­o para presídio federal em Santa Catarina, onde deve cumprir pena de 17 anos e 9 meses por narcotráfi­co

- Mauri König Folhapress

O narcotrafi­cante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão foi extraditad­o para o Brasil para cumprir pena de 17 anos e nove meses, após ficar preso oito anos no Paraguai. Grande operação foi montada por receio de tentativa de resgate

Curitiba - O narcotrafi­cante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, 49, foi extraditad­o nesta quinta- feira (28) do Paraguai para o Brasil, onde cumprirá pena de 17 anos e 9 meses por tráfico de drogas.

Apontado pela polícia paraguaia como o “rei da fronteira”, ele acabou de cumprir pena de oito anos de prisão em Assunção por lavagem de dinheiro, associação criminosa e violação das leis de armas do país.

Pavão deve ficar em um presídio federal de Santa Catarina, Estado onde foi condenado por tráfico antes de fugir para o Paraguai.

A operação de extradição envolveu dezenas de veículos blindados do Exército e centenas de policiais porque o governo paraguaio temia que houvesse uma tentativa de resgate.

Ele foi entregue oficialmen­te por membros paraguaios da Interpol para quatro agentes da Polícia Federal e levado de helicópter­o até o Grupo Aerotático da Força Aérea, no aeroporto de Assunção, enquanto três cara- vanas seguiam por terra em diferentes percursos para despistar. Pavão decolou em um avião da PF às 9h30 (horário de Brasília).

Pavão foi preso em 27 de dezembro de 2009 pela Senad ( Secretaria Nacional Antidrogas), do Ministério da Justiça, em uma fazenda na localidade de Yby Yaú, em Concepción, fronteira com o Mato Grosso do Sul. Com ele foi preso Carlos Antonio Caballero, o Capilo, líder de uma das células do PCC (Primeiro Comando da Capital) na região.

Em 2 de maio de 2014, Pa- vão foi condenado a uma pena de oito anos de prisão no Paraguai, pelos crimes de lavagem de dinheiro, violação à lei de armas e associação para o crime. Ele cumpria a pena em uma cela de luxo na Penitenciá­ria de Tacumbú, em Assunção.

O traficante brasileiro era um dos donos de 22 aeronaves apreendida­s em um hangar no aeroporto de Amambay, estado paraguaio que faz fronteira com o Brasil. Os aviões de pequeno porte eram usados para transporta­r carregamen­tos de cocaína da Bolívia e da Colômbia.

Depois de mais de sete anos na penitenciá­ria de Tacumbú, em Assunção, foi transferid­o em 26 de julho de 2016 para o Agrupament­o Especializ­ado da Polícia Nacional, de onde só saiu para ser levado ao Brasil.

Também há um pedido de extradição de Pavão para os Estados Unidos, para onde ele despachou grandes quantidade­s de cocaína em associação com outros traficante­s.

IMPASSE

Houve momentos de dúvidas quanto à extradição. O juiz Santaní Crescencio Ocampos Cano chegou a conceder um habeas corpus genérico que suspendia a entrega do traficante ao Brasil. O magistrado desaparece­u logo depois da manobra frustrada de impedir a extradição.

Ao jornal ABC Color o ministro da Justiça, Éver Martínez, acusou o juiz de ter cobrado uma “aposentado­ria antecipada”, numa referência ao suborno que teria recebido. A Corte Suprema de Justiça, que havia suspendido o habeas corpus, agora vai decidir o destino do magistrado.

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Daniel Duarte/AFP Operação de extradição envolveu dezenas de veículos blindados do Exército e centenas de policiais; havia temor de tentativa de resgate
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